sábado, 23 de agosto de 2008

AH DEUS, QUERO SER A LUZ E O SAL DESTE MUNDO!

Por John Stott, renomado expositor bíblico

Muito mais importante do que a quantidade de cristãos professos inseridos numa sociedade incrédula é a qualidade de seu discipulado – a capacidade de manterem-se fiéis aos padrões cristãos; e, o seu desenvolvimento estratégico – a habilidade de conquistar posições de influência para Cristo. Nós, cristãos, temos o hábito de lamentar a deterioração dos padrões do mundo com um farisaico ar de grande desalento. Criticamos a sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. “O mundo está se afundando cada vez mais”, dizemos, com um encolher de ombros. Mas de quem é a culpa? Quem é responsável por isso? Vamos colocar a coisa da seguinte maneira. Se a casa fica escura ao cair da noite, não faz sentido algum culpar a casa, pois é isso que normalmente acontece quando o sol se vai.

A pergunta a fazer é: “Onde está a luz?” Se a carne se estraga e não dá mais para comer, culpar a carne não faz sentido algum, pois é isto que acontece quando se permite que as bactérias se desenvolvam. O que se precisa perguntar é: “Onde está o sal?” Da mesma forma, se a sociedade se decompõe e seus padrões declinam a tal ponto que ela acaba se tornando como uma noite escura ou um peixe malcheiroso, é um contra-senso culpá-la. Pois isto é exatamente o que acontece quando homens e mulheres “caídos” são deixados entregues à própria sorte e quando o egoísmo humano não é questionado. A pergunta a ser feita é: “Onde está a Igreja? Por que o sal e a luz de Jesus Cristo não estão impregnando e transformando a sociedade?” É pura hipocrisia da nossa parte erguer as sobrancelhas, sacudir os ombros ou cerrar o punho. O Senhor Jesus disse que nós tínhamos que ser o sal e a luz do mundo. Portanto, se a escuridão e a decomposição existem, a falha é nossa, e temos que assumir a culpa. Se o sal deixa de ser sal, não presta para nada. Se a luz deixa de brilhar, perde o efeito. Portanto, se nós, que nos dizemos seguidores de Cristo, queremos fazer algo de positivo por Ele, temos que cumprir dois requisitos.

Por um lado temos que saturar a sociedade não-cristã e nos imergir na vida do mundo; por outro lado, ao fazermos isso precisamos evitar misturar-nos com o mundo. Precisamos conservar nossas convicções cristãs, valores, padrões e estilo de vida. Então, se nos indagarem a cerca do que significa o “ser sal” e o “ser luz” em vista da santidade cristã, o resto do Sermão do Monte o responderá, pois nele Jesus nos recomenda a não sermos como os outros que nos cercam: “Não vos assemelheis ..a eles” (Mateus 6:8). Ao invés disso, Ele nos conclama a uma lealdade maior – a do coração; a uma ambição muito mais nobre – buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça. Somente depois de escolhermos seguir por Seu caminho é que o nosso sal passa a conservar o seu sabor, nossa luz começa a brilhar, nós nos tornamos de fato Suas testemunhas e Seus servos, passando assim a exercer uma influência integral na sociedade.

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