domingo, 27 de junho de 2010

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO


Por Roberto Campos

"Le livre noir du communisme" (Edições Robert Laffont, Paris, 1997), escrito por seis historiadores europeus, com acesso a arquivos soviéticos recém-abertos, é uma espécie de enciclopédia da violência do comunismo. O chamado "socialismo real" foi uma tragédia de dimensões planetárias, superior em abrangência e intensidade ao seu êmulo totalitário do entreguerras - o nazifascismo.


Ao contrário da repressão episódica e acidental das ditaduras latino-americanas, a violência comunista se tornou um instrumento político-ideológico, fazendo parte da rotina de governo. Essa sistematização do terror não é rara na história humana, tendo repontado na Revolução Francesa do século 18 na fase violenta do jacobinismo, na "industrialização do extermínio judaico" pelos nazistas, e - confesso-o com pudor - na inquisição da Igreja Católica, que durante séculos queimava os corpos para purificar as almas.

O "Livre noir" me veio às mãos num momento oportuno em que, reaberto na mídia e no Congresso o debate sobre a violência de nossos "anos de chumbo" nas décadas de 60 e 70, me pusera a reler o "Brasil Nunca Mais", editado em 1985 pela Arquidiocese de São Paulo.


Comparados os dois, verifica-se que o Brasil não ultrapassou o abecedário da violência, palco que foi de um miniconflito da Guerra Fria, enquanto que o "Livre noir" é um tratado ecumênico sobre as depravações ínsitas do comunismo, este sem dúvida o experimento mais sangrento de toda a história humana.

Produziu quase 100 milhões de vítimas, em vários continentes, raças e culturas, indicando que a violência comunista não foi mera aberração da psique eslava, mas, sim, algo diabolicamente inerente à engenharia social marxista, que, querendo reformar o homem pela força, transforma os dissidentes primeiro em inimigos e, depois, em vítimas.


A aritmética macabra do comunismo assim se classifica por ordem de grandeza: China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil).

O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lênin, Stálin e Mao Tse-tung. Lênin foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lênin superou esse recorde em apenas quatro meses após a revolução de outubro de 1917.

Alguns líderes do Terceiro Mundo figuram com distinção nessa galeria de assassinos. Em termos de percentagem da população, o campeão absoluto foi Pol Pot, que exterminou em 3,5 anos um quarto da população do Camboja.


Fidel Castro, por sua vez, é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de pessoas, equivalentes a 20% da população da ilha, tiveram de fugir. Juntamente com o Vietnã, Fidel criou uma nova espécie de refugiado, o "boat people" - ou seja, os "balseros", milhares dos quais naufragaram, engordando os tubarões do Caribe.


A vasta maioria dos países comunistas é culpada dos três crimes definidos no artigo 6º do Estatuto de Nuremberg: crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.


A discussão brasileira sobre os nossos "anos de chumbo" raramente situa as coisas no contexto internacional da Guerra Fria, a qual alcançou seu apogeu nos anos 60 e 70, provocando um "refluxo autoritário" no Terceiro Mundo. Houve intervenções militares no Brasil e na Bolívia em 1964, na Argentina em 1966, no Peru em 1968, no Equador em 1972, e no Uruguai em 1973.

Fenômeno idêntico ocorreu em outros continentes. Os militares coreanos subiram ao governo em 1961 e adquiriram poderes ditatoriais em 1973. Houve golpes militares na Indonésia em 1965, na Grécia em 1967 e, nesse mesmo ano, o presidente Marcos impunha a lei marcial nas Filipinas, e Indira Gandhi declarava um "regime de emergência". Em Taiwan e Cingapura houve autoritarismo civil sob um partido dominante.


O grande mérito dos regimes democráticos é preservar os direitos humanos, estigmatizando qualquer iniciativa de violá-los. Mas por lamentáveis que sejam as violências e torturas denunciadas no "Brasil, Nunca Mais", elas empalidecem perto das brutalidades do comunismo cubano, minudenciadas no "Livre noir".

Comparados ao carniceiro profissional do Caribe, os militares brasileiros parecem escoteiros destreinados apartando um conflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60), o número de mortos e desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979, a julgar pelos pedidos de indenização, seria em torno de 288, segundo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, e de 224 casos comprovados, segundo a Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça. O Brasil perde de longe nessa aritmética macabra.

Em 1978, quando em nosso Congresso já se discutia a "Lei da Anistia", havia em Cuba entre 15 mil e 20 mil prisioneiros políticos, número que declinou para cerca de 12 mil em 1986. No ano passado, 38 anos depois da Revolução de Sierra Maestra, ainda havia, segundo a Anistia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos na ilha. Em matéria de prisões e torturas, a tecnologia cubana era altamente sofisticada, havendo "ratoneras", "gavetas" e "tostadoras". Registre-se um traço de inventividade tecnológica - a tortura "merdácea", pela imersão de prisioneiros na merda.

Não houve prisões brasileiras comparáveis a La Cabaña (onde ainda em 1982 houve 100 fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5 ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruência, artistas e intelectuais e políticos que denunciam a tortura brasileira visitam Cuba e chegam mesmo a tecer homenagens líricas a Fidel e a seu algoz-adjunto Che Guevara.



Este, como procurador-geral, foi comandante da prisão La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos (dos 550 confessados por Fidel Castro), inclusive as execuções de Jesus Carreras, guerrilheiro contra a ditadura batista, e de Sori Marin, ex-ministro da agricultura de Fidel. Note-se que Che foi o inventor dos "campos de trabalho coletivos", na península de Guanaha, versão cubana dos "gulags soviéticos" e dos "campos de reeducação" do Vietnã.

A repressão comunista tem características particularmente selvagens. A responsabilidade é "coletiva", atingindo não apenas as pessoas, mas as famílias. É habitual o recurso a trabalhos forçados, em campos de concentração. Não há separação carcerária, ou mesmo judicial, entre criminosos comuns e políticos. Em Cuba, criou-se um instituto original, o da "periculosidade pré-delitual", podendo a pessoa ser presa por mera suspeita das autoridades, independentemente de fatos ou ações.


Causa-me infinda perplexidade, na mídia internacional e em nosso discurso político local, a "angelização" de Fidel e Guevara e a "satanização" de Pinochet. Isso só pode resultar de ignorância factual ou de safadeza ideológica.Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no poder há 39 anos.

Pinochet promoveu a abertura econômica e iniciou a redemocratização do país, retirando-se após derrotado em plebiscito e em eleições democráticas como senador vitalício (solução que, se imitada em Cuba, facilitaria o fim do embargo).



Fidel considera uma obscenidade a alternância no poder, preferindo submeter a nação cubana à miséria e à fome, para se manter ditador. Pinochet deixou a economia chilena numa trajetória de crescimento sustentado de 6,5% ao ano. Antes de Fidel, a economia cubana era a terceira em renda por habitante entre os latino-americanos e hoje caiu ao nível do Haiti e da Bolívia.

O Chile exporta capitais, enquanto Fidel foi um pensionista da União Soviética e, agora, para arranjar divisas, conta com remessas de exilados e receitas de turismo e prostituição. Em termos de violência, o número de mortos e desaparecidos no Chile foi estimado em 3.000, enquanto Fidel fuzilou 17 mil!Apesar de fronteiras terrestres porosas, o Chile, com população comparável à de Cuba e sem os tubarões do Caribe, sofreu um êxodo de apenas 30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados. Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algo que nas dimensões brasileiras seria comparável à Grande São Paulo, teve de fugir.


Em suma, Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom senso em economia. Fidel é um PhD em tirania e um analfabeto em economia. O "Livre noir" nos dá uma idéia da bestialidade de que escapamos se triunfassem os radicais de esquerda. Lembremo-nos que, em 1963, Luiz Carlos Prestes declarava desinibidamente que "nós os comunistas já estamos no governo, mas não ainda no poder".



Parece-me ingenuidade histórica imaginar que, na ausência da revolução de 1964, o Brasil manteria apenas com alguns tropeços sua normalidade democrática. A verdade é que Jango Goulart não planejara minimamente sua sucessão, gerando suspeitas de continuísmo. E estava exposto a ventos de radicalização de duas origens: a radicalização sindical, que levaria à hiperinflação, e a radicalização ideológica, pregada por Brizola e Arraes, que podia resultar em guerra civil.

É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que, no albor dos anos 60, este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: "anos de chumbo" ou "rios de sangue"...


Roberto Campos foi economista, diplomata, senador pelo PDS-MT e ministro do Planejamento (governo Castello Branco). É autor de "A Lanterna na Popa" (Ed. Topbooks, 1994). Este e outros artigos podem ser encontrados no livro de Roberto Campos, Na Virada do Milênio, ed. Topbooks, 1998.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

NÃO HÁ GENTE SEM IMPORTÂNCIA

Francis Schaeffer é um dos meus mentores teológicos. Confesso que sou devedor a ele e manifesto pública gratidão a Deus por sua vida e ministério. Tive o privilégio de ler várias obras de sua autoria, entre elas: O Deus que intervém, O Deus que se revela, A morte da razão, A obra consumada de Cristo, Como viveremos? Morte na cidade, Poluição e morte do homem, Verdadeira espiritualidade, Josué e a história bíblica, O Manifesto cristão e A Bíblia e a Arte.


No ano passado, a editora Cultura Cristã abençoou o povo de língua portuguesa ao publicar mais um dos livros de Schaeffer: "Não há gente sem importância". Esse livro, originalmente publicado em 1974, contêm dezesseis sermões que, entre outras coisas, exploram a fraqueza e o significado da humanidade em relação ao Deus infinito e pessoal (expressão schaefferiana)


Cada sermão é mais fascinante do que o outro pela capacidade de falar a mente e ao coração. Recomendo a leitura deste livro (e todos outros) com entusiasmo. Quem gasta tempo lendo os livros de Francis Schaeffer aprofunda seu conhecimento teológico, amplia a sua cosmovisão cristã, robustece sua capacidade apologética e aquece o coração com a chama da verdadeira piedade cristã.


Segue abaixo uma parte do 4º. Sermão:


O TRABALHO DO SENHOR DO JEITO DO SENHOR.


“Um dos títulos do Papa é “servo dos servos”. E que título tremendo é esse! Mas em Roma, tradicionalmente, ele é carregado por homens numa cadeira recoberta de ouro. Eu o vi precisar de ajuda ao procurar ficar de pé por causa do peso das jóias e ouro que o adornavam. Homens tiveram que tomá-lo pelos braços paara colocá-lo de pé. Não sei como é o caso hoje, mas no passado, quando o Papa comia, era em cima de uma plataforma mais alta enquanto as outras pessoas comiam abaixo desse servo dos servos.

Podemos ter uma reação negativa diante disso, mas não será verdade que muita gente em nossa própria vida manifestam mais ou menos o mesmo nível de “humildade”? Falamos em humildade e crucificação, mas somos como um Papa, falando em ser servos dos servos e depois sendo levado nas costas (ou às custas) de outros homens. Enquanto falamos em humildade e no poder do Espírito Santo, passamos grande parte da nossa vida na pose de Napoleão. Todas as vezes que buscamos o eu em vez de seguirmos o exemplo de Cristo, estamos caminhando na carne em vez de no Espírito".



Querido leitor, como você deve ter percebido, trata-se de uma solene exortação que exige de nós auto- exame e disposição para mudar possíveis atitudes inadequadas aqueles que de fato são servos dos servos de Deus.

terça-feira, 22 de junho de 2010

REINO UNIDO CONTRA A FÉ CRISTÃ



O Reino Unido, país que há poucos séculos atrás enviou missionários para o mundo inteiro, agora caminha no sentido de criminalizar qualquer prática de fé cristã.


O Reverendo George Hargreaves, presidente do Christian Party, disse que recebeu uma queixa na justiça depois de veicular um outdoor dizendo que a "Inglaterra é um país cristão". Foi dito que o anúncio era ofensivo a ateus e membros de outras religiões, e que incitava o ódio contra eles".
(...)
A directora do Christian Concern for Our Nation - Andrea Minichiello Williams, adverte que se os cristãos britânicos não tomarem partido agora, o país está no caminho de finalmente criminalizar a prática do cristianismo em público.
"Tem havido um movimento maciço pelo lobby secularista para privatizar a religião", disse ela. "Você pode ter fé, contanto que não o afete no local de trabalho. Contanto que você não a leve para o local de trabalho. Apenas a pratique em privado. Não pode ser público. Não pode afetar você na esfera pública".

Outro fato que prejudica a liberdade cristã é o poderoso lobby gay. O cristão Kwabena Peat disse que foi forçado a comparecer a lições de treinamento de sensibilidade para lidar com homossexuais. A professora era lésbica e, em um certo momento, ela perguntou: "O que faz você pensar que ser heterossexual é natural?" Ele, então, saiu da sala e, depois, enviou uma carta para a professora explicando a posição bíblica sobre homossexualismo. Resultado: foi suspenso do trabalho por "assédio e intimidação".

"Eles me disseram que falar-lhes sobre a Palavra de Deus constituía assédio e intimidação", disse Peat.
Fatos como esse acontecem corriqueiramente no Reino Unido.
(...)
Muitos acreditam que o arquiteto da nova cultura anti-cristã do Reino Unido foi o ex-primeiro-ministro Tony Blair, que dizia professar a fé católica e era um forte defensor dos direitos dos gays e do aborto.
Minnichiello-Williams, bem como outros advogados da defesa da liberdade cristã, dizem que Obama quer fazer o mesmo nos EUA, ao criar "crimes de ódio" e classes de pessoas e/ou religiões especiais protegidas.
Fonte: CBN News


Tradução: Júlio Lins, editor do blog Mente Conservadora.
Nota: Ao marginalizar a fé cristã, a Inglaterra está destruindo as bases sobre as quais ela foi construída. A glória da Inglaterra é justamente a sua herança cristã. É lamentável que os ingleses estejam cometendo esse suícidio coletivo. Judiclay S. Santos

segunda-feira, 21 de junho de 2010

FISIONOMIAS DIZEM SIM OU DIZEM NÃO

Por Judiclay Silva Santos



O presidente americano, THOMAS JEFFERSON estava viajando com a sua comitiva pelo interior do país quando se deparou com um rio cuja ponte havia desabado em conseqüência das fortes chuvas. À margem do rio estava um camponês que precisava atravessar, e quando a comitiva se aproximou o homem pediu ao presidente que o ajudasse a atravessar. Tomas Jefferson estendeu a mão e o fez subir na garupa do seu cavalo e todos atravessaram o rio. Já do outro lado, um dos delegados da comitiva perguntou ao homem: Por que você escolheu o presidente? O homem surpreso disse: Eu não sabia que ele era o presidente. Eu pedi a ele, pois a sua fisionomia dizia sim, enquanto a de vocês dizia não.

Na igreja também é assim. Existem fisionomias que dizem sim e há outras que dizem não. A mentalidade do cliente infestou as igrejas como uma praga na plantação. As pessoas querem ser servidas e exigem os seus supostos direitos. Tais pessoas comunicam, por palavras e atitudes, outras apenas no olhar: Não contem comigo!
Há crentes que causam uma frustração semelhante àquela insuportável voz eletrônica do telefone celular quando mais precisamos falar: “O número que você ligou está desligado ou fora da área de serviço”. Existem os que estão desligados por sua ignorância quanto ao seu dever e há os que estão fora da área de serviço por sua rebeldia, pois embora saibam quais são os seus deveres, negligenciam por meio de atitudes evasivas e desculpas injustificáveis.

A igreja precisa ser mais efetiva e eficaz em sua ação e isso só poderá acontecer quando houver mais engajamento por parte de todos os seus membros cada um vestindo a camisa e entrando em campo para trabalhar. Há muita obra a ser feita. Há muitas vidas precisando do evangelho. Há muitos ministérios a serem realizados. Há muitas portas abertas que precisam ser aproveitadas, mas, infelizmente existem ainda muitos dons e talentos enterrados.
É curioso notar que os crentes que não trabalham, geralmente dão trabalho. Se quisermos pagar o preço para o crescimento da igreja, precisamos nos engajar, conforme o dom que cada um recebeu, no evangelismo, no discipulado, na visitação, na integração, na oração e no treinamento. Não podemos ter apenas um pequeno grupo fazendo tudo. Todos precisam se envolver. Somos um corpo.
E quanto a você, sua fisionomia comunica as pessoas disposição para servir? Sua fisionomia diz sim ou não?

domingo, 20 de junho de 2010

O PROBLEMA É O PECADO

Por Francis Schaeffer


O dilema da raça humana, o mesmo dilema com o qual o homem do século 20 se debate, é moral. O problema básico da raça humana é o pecado e a culpa (- a verdadeira culpa moral, não apenas sentimentos de culpa) e o verdadeiro pecado moral, porque pecamos contra um Deus que é real e santo.


Em oposição à neo-ortodoxia e todas as outras teologias modernas, temos de entender que o pecado e a culpa são realmente morais. Não são simplesmente decorrentes a certas limitações metafísicas ou psicológicas.


O homem é verdadeiramente culpado diante de um Deus santo, que de fato existe e contra o qual temos pecado. Fora dessa base, a esperança apresentada nas Escrituras concernente à liberdade das cadeias do pecado é apenas uma cruel ilusão.

Nota: O brilhante Francis Schaeffer faz uma corretíssima análise sobre o real problema do ser humano. O pecado é algo real e não se trata, como muitos sugerem, um construto social e psicológico. A culpa moral verdadeira é a consequência inevitável da transgressão da Lei, prescrita nos mandamentos morais registrados nas Escrituras e inscritas na tábua do coração humano.

sábado, 19 de junho de 2010

SARAMAGO, UM COMUNISTA ADORADO

Por Judiclay S. Santos

A morte do escritor português, José Saramago foi notícia em todo mundo. Amado por muitos e até mesmo divinizado pela glória de ter sido o único escritor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura (1998), Saramago conquistou uma legião de fiéis. Autor de romances, crônicas, poesias, peças teatrais, contos... Saramago imortalizou o seu nome como um dos mais prestigiados escritores da atualidade.

O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema (2008) pelo cineasta brasileiro Fernando Meirellese e muitos puderam assisti “o pensamento” de Saramago sobre a natureza humana (filme horrível). Mas, longe da unanimidade propalada pela grande mídia, existem alguns honestos e corajosos (virtudes que nem sempre andam juntas) escritores e jornalistas, que ousam criticar a obra do guru português.
Reinaldo Azevedo declarou: As ditas “inovações” que ele introduziu na literatura — que novidades não eram — nunca me interessaram. A sua tão elogiada “técnica”, para mim, depois de algumas páginas, iam se transformando num maneirismo”. De fato, mesmo indo contra o meu gosto e cumprindo uma missão, segui me esforçando até O Evangelho Segundo Jesus Cristo, uma das manifestações anti-religiosas mais boçais que já li — um livro primitivo na forma e simplório no conteúdo. Quem teve a oportunidade e o desprazer de ler o referido livro, entende o porquê da crítica. Trata-se de uma obra eivada de ignorância e preconceito contra à fé cristã.

José Saramago, não era crítico apenas do cristianismo, mas da religião (só não criticava a sua religião, pois embora se declarasse era um religioso devoto, adorador do comunismo e tinha Karl Marx como seu deus encarnado) Em uma visita ao Brasil em 2003, tornou-se persona non grata do povo judeu ao fazer a estúpida declaração: “os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto… Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós”. Por conta disso foi acusado (acertadamente) de anti-semitismo.

O homem que se dizia ateu e era crítico fundamentalista da igreja, tinha uma religião que ele praticou até o fim dos seus dias, o COMUNISMO. Saramago foi membro do partido comunista de Portugal e era um discípulo devoto de Karl Marx, sobre quem ele disse: “Marx nunca teve tanta razão como hoje” (15/06/08).
Muitos outros discípulos de Marx pensavam o mesmo e fizeram tudo para "evangelizar"o mundo, mas não usaram a Bíblia Sagrada, pois trata-se, segundo eles, de um livro “de crendices, cheio de violências e coisas impossíveis de aceitar”. A agenda de propagação do admirável comunismo que Saramago nunca renunciou foi levado a cabo pelo uso de todo tipo de crueldade em uma escala nunca dantes vista no história do mundo. Prisão, Tortura, Fome (Lembrem-se da Ucrânia), Assassinato, Genocídio... Exagero? Vejam os números:

- Joseph Stálin matou 35 milhões de pessoas para criar o mundo de Marx
- Mao Tse Tung matou 70 milhões e banhou a China com sangue inocente.
- Pol Pot, seguindo o exemplo de seus companheiros matou 3 milhões no Camboja
- Fidel Castro, o ogro das Américas, matou 100 mil e continua sendo admirado por essa grande façanha.

Perto desses homens, tão admirados pelo comunista Saramago, Hitler parece mais um soldado raso do Comando Vermelho numa boca de fumo da Rocinha.

O declarado ateísmo de Saramago e seu amor incondicional ao comunista é um crime contra a vida. O nazismo parece ser a cara exclusiva do Mal no mundo. Todo mundo protesta contra o nazismo por conta das suas atrocidades (e deve protestar mesmo). Observe que qualquer pessoa que se declarasse simpatizante do nazismo seria objeto de desprezo e duras críticas. Conceder um prêmio a tão pessoa seria inimaginável. Mas ser comunista parece bonito, haja vista a quantidade de idiotas andando nas ruas com camisetas do assassino e terrorista Che Guevara.

Portanto, qual é o problema de um escritor admirar os mais terríveis genocidas do mundo? Nenhum. O Lula também admira eles todos e tem altos índices de popularidade. As pessoas podem louvar os piores assassinos, conquanto que eles sejam de esquerda, e ainda assim serão admiradas pelas "boas coisas que fazem". O prestígio de Saramago revela, entre outras coisas, que o mundo ainda não entendeu a malignidade do comunismo.


quarta-feira, 16 de junho de 2010

DINHEIRO DE SANGUE (Bloodmoney)


"Dinheiro de sangue" (Bloodmoney) um documentário que expõe a verdade por trás da indústria do aborto, a partir de uma perspectiva pró-vida.“Tínhamos todo um plano para vender abortos, e se chamava “educação sexual”: quebrar a inocência natural das meninas, separá-las de seus pais e de seus valores, e tornarmo-nos os "experts" em sexo para elas, de modo que elas nos procurassem", é o que diz uma ex-funcionária da Planned Parenthood (rede de clínicas de aborto nos Estados Unidos). "Nossa meta [na Planned Parenthoo] era 3 a 5 abortos para cada menina entre as idades de 13 a 18 anos".

Esse filme provavelmente é o primeiro documentário profissional sobre a história, a política, o dinheiro e os horrores associados à indústria do aborto nos Estados Unidos. Como vocês podem adivinhar, o pessoal na Planned Parenthood e todo o pessoal pró-aborto não está nada feliz com o lançamento desse filme. Já começam a se organizar protestos e os donos de cinema se encontram relutantes em exibi-lo.

Convidamos você a dar uma olhada nesse trailer. Esperamos que "Bloodmoney" possa ter a divulgação merecida, e quem sabe possa estar em algum cinema perto de você.


A ARTE DE PERMANECER CASADO


Por Judiclay S. Santos


O casamento é uma aliança entre um homem e uma mulher para sempre. Trata-se de um relacionamento pactual, ordenado por Deus e de caráter indissolúvel, razão pela qual disse Jesus: “... o que Deus uniu não o separe o ser humano”. No entanto, embora muitos cristãos continuem casados em obediência a Palavra de Deus, vivem uma vida miserável. Certa mulher confessou: Meu marido e eu não estamos separados. Estamos casados há dezessete anos. Nenhum de nós acredita no divórcio; temos fortes convicções religiosas, mas nosso casamento é uma miséria”. Casados e infelizes! Essa é a realidade de muitos casais. A Palavra de Deus oferece diretrizes para que o casamento seja uma bênção e não um deserto de decepções. Vejamos alguns princípios:

QUEM QUER MUDANÇA PRECISA MUDAR. Todas as pessoas casadas gostariam de ver mudanças no seu cônjuge. De fato, todo mundo precisa mudar em alguma área da sua vida. O problema é que nós temos uma tendência a concentrar nos defeitos do outro antes de tratar as nossas próprias fraquezas. Se você deseja ver seu cônjuge mudar, precisa começar tratando os seus próprios defeitos. Mude as suas atitudes, pois é assim que você irá influenciar as mudanças no seu cônjuge.


RECONHECER AS FALHAS NÃO SIGNIFICA ACEITAR OS FRACASSOS. Todo ser humano tem dificuldades para reconhecer suas falhas. Alguns mais outros menos, mas todos têm certo grau de dificuldade quando o assunto é reconhecer suas próprias falhas, e deficiências. Isso se dá, essencialmente, porque somos orgulhosos. O orgulho é o que nos impede de reconhecer os nossos pecados diante de Deus e das pessoas. Somos iludidos por nós mesmos a usar a máscara da pessoa perfeita. É o orgulho que nos leva a agir assim, a encobrir as nossas falhas. Pense! “Qual foi a última vez que você reconheceu os seus erros e pediu perdão ao seu cônjuge? Admitir erros não é o mesmo que aceitar o fracasso. Na verdade, a humilde atitude de confessar nossos erros pavimenta o caminho da felicidade.

PERDOAR NÃO É UMA OPÇÃO, É A ÚNICA SOLUÇÃO. Há muita gente adoecida por falta de perdão. Existem casais emocionalmente separados porque estão guardando mágoas e ressentimentos. O passado tem sido fonte de amargas e dolorosas lembranças. Quando isso acontece, quando o coração é tomado pela amargura o casamento adoece. O ressentimento é a maneira mais fácil e eficaz de se estragar um casamento. Já o perdão é o sorriso da misericórdia e aonde ele chega o milagre da vida acontece.

Faça uma avaliação da sua vida e aplique os princípios da Palavra de Deus a fim de que seu casamento seja uma fonte de alegria e não uma represa de amargura.

terça-feira, 15 de junho de 2010

VARIAÇÕES CROMÁTICAS DO SOCIALISMO E DO COMUNISMO


Por André F. Falleiro Garcia

Afirmar-se socialista é uma etiqueta da moda ostentada em muitos ambientes. O aplauso midiático costuma gratificar os que, por convicção ou faceirice, assim se exibem. Mas para os ativistas encastelados nas siglas partidárias ou em ONGs ecotribalistas, ser socialista é muito mais do que modismo ideológico: significa a adesão a uma espécie de religião. Tanto socialistas quanto comunistas, em variados graus de adesão ou iniciação, fazem parte de uma única seita revolucionária, atéia, materialista e hegeliana, cuja ação tem uma abrangência universal, voltada para a destruição da Igreja e da civilização cristã.

Teve percepção do caráter sectário do socialismo bolivariano Xavier Legorreta, chefe da Seção da América Latina da associação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre. Com efeito, ao analisar o resultado do referendo sobre a reforma da Constituição venezuelana, realizado em fevereiro de 2009, comentou:

"Cabe afirmar que o chavismo se converteu em uma espécie de religião na Venezuela. A linguagem, a forma de se apresentar, as conversas e discussões, tudo gira em torno da sua pessoa [Chávez], sua ideologia e sua estratégia tática. Assim ele consegue o êxito, chamado também de revolução bolivariana. Esta revolução busca criar um modelo similar ao sistema político que esteve implantado na Europa do Leste, e que hoje ainda subsiste em Cuba: uma ditadura socialista encabeçada por uma forte personalidade, um líder. Em Cuba, esse líder é Fidel Castro, e na Venezuela, Hugo Chávez".[1]

A seita comunista espalha os seus membros numa gama variada de partidos, movimentos sociais ou ONGs de colorações que vão do róseo ao rubro, do socialismo dito democrático ao marxismo maoísta, stalinista, trotskista ou gramscista. Por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT) é uma espécie de tábua de queijos, tal o leque de tendências de esquerda nele concentradas. Mas as eventuais divergências táticas – diversidade é palavra da moda nesses ambientes – não obstruem a fundamental concordância estratégica que as une: a mesma meta revolucionária. Por isso, qualquer que seja o vencedor das eleições presidenciais de 2010 no Brasil – Lula, Dilma, Serra, Aécio, Ciro Gomes, todos de esquerda – as rédeas do poder continuarão nas mãos da seita.

Desde os tempos da extinta União Soviética, designou-se como Nomenklatura o rol dos funcionários graduados da burocracia governamental e membros da elite dirigente do partido.[2] De fato formavam uma verdadeira casta privilegiada, mas não só isso: sobretudo faziam parte de uma seita filosófico-religiosa, na qual as recompensas de ordem econômico-financeira ou os ostracismos eram circunstanciais, e a adesão sectária, o vínculo essencial.

Esses fanáticos sectários constituem minorias disciplinadas e escoladas. Utilizam estruturas verticais ou redes lineares, que servem, em última análise, de linhas auxiliares a serviço da seita. Espalhados pelo mundo, seus corifeus dominam com perfeição a técnica de reunir em torno da causa uma periferia de incautos, desprevenidos, iludidos, considerados como "companheiros de viagem" ou "inocentes úteis" ("idiotas utiles", dizem os hispanos com mais acerto). Para tanto manuseiam o elenco temático do socialismo utópico – justiça social, solidariedade, igualdade, repartição de riquezas etc. Mas para galgar posições na seita o que conta não é essa cartilha utópica. Será decisiva a facilidade do neófito ou iniciado em se livrar da moral cristã ou burguesa: matar, roubar, fornicar, mentir são recursos úteis e necessários para a vitória da causa.

A opinião pública em geral não distingue bem o que separa o socialismo do comunismo e o que os une. Na verdade ambos possuem a mesma doutrina e a mesma meta. A diferença é uma questão de método. Enquanto o comunismo marxista – nas versões leninista, stalinista ou maoísta – emprega a violência e a luta armada para alcançar o poder e depois a repressão policial feroz para nele se manter, os socialistas utilizam a via pacífica e eleitoral, agindo num compasso lento, gradual e processivo, para assim realizar a modificação das estruturas sócio-econômicas e do ordenamento jurídico das nações.

O comunismo vermelho tingiu de sangue os lugares onde se implantou. O Livro Negro do Comunismo fez um balanço desse horror: cerca de cem milhões de mortos. O socialismo proteiforme tem o condão de se mostrar róseo nas nações onde participa do jogo eleitoral democrático, ou de apresentar coloração mais carregada onde as instituições que garantem a liberdade se encontram em situação agônica. Quando se aproxima do rubro, a sua face totalitária adquire mais visibilidade.

O socialismo é uma rampa pela qual as pessoas e as nações resvalam para o comunismo. Lula e Chávez são matizações locais e circunstanciais de uma mesma doutrina e meta político-social. No caso do "Lula light" ou "Lulinha paz e amor", a passagem do socialismo ao comunismo é feita em meio à atonia geral. O presidente sindicalista já confessou ser uma "metamorfose ambulante": nos ambientes mais democráticos mostra-se rosado, quando está junto com os "companheiros" perde o desbotado e revela sua alma vermelha.

Quanto à República Bolivariana da Venezuela e seu ditador, é expressivo o depoimento do escritor peruano Mario Vargas Llosa, reproduzido no jornal El Universal (28/05/2009): "Não há dúvida de que o processo em curso aproxima a Venezuela de uma ditadura comunista e afasta o país de uma democracia liberal". Afirmou ainda Vargas Llosa, durante palestra no auditório do hotel Caracas Palace: "Se este caminho não for interrompido, a Venezuela se transformará na segunda Cuba da América Latina. Não devemos permitir isso, por isso estamos aqui".[3]

Há uma intensificação cromática no arco ideológico que vai do socialismo ao comunismo. Significa que quanto mais a cor é carregada, mais forte é o teor comunista. E há uma mitigação, em dégradé, no itinerário do comunismo ao socialismo. Quer dizer, por estratagema o comunismo rubro evolui para uma coloração desbotada própria ao socialismo. Essa evolução pode ser verificada na análise das três fases da marcha processiva comunista.

Desde o início da fase leninista até o final do período de terror stalinista, a nota comum foi a extrema violência como principal instrumento para a conquista e permanência no poder, presente tanto na violenta repressão interna nos países comunistas quanto na expansão internacional por meio de guerras, golpes de estado, guerrilhas etc. Com o tempo, tornou-se patente o insucesso do comunismo vermelho no convencimento ideológico das massas. A Igreja Católica, duramente perseguida, resistiu heroicamente. A Igreja do Silêncio e a epopéia vivida pelo Cardeal Midzensty são exemplos eloqüentes desse período.

Na fase gramscista, a partir de 1958-1960, o comunismo passou por uma metamorfose ou primeira Perestroika.[4] E o novo déspota do Kremlin, Nikita Khrushchov, encomendou a Pablo Picasso a pintura da pomba da paz, símbolo neocomunista de grande aceitação nos ambientes superficiais do Ocidente. Embora o comunismo rubro não cessasse de atuar, buscou-se de modo preferencial a convergência entre o mundo capitalista e o socialista. A guerra psicológica revolucionária foi muito utilizada para dar credibilidade aos neocomunistas e desprestigiar os anticomunistas autênticos. A partir dos anos 60 e 70 o neocomunismo gramscista empenhou-se na conquista da hegemonia sobre a sociedade civil procurando realizar o consenso de opiniões e a modelagem dos modos de ser e de sentir. Com isso desbotou-se um tanto o vermelho armorial do comunismo primevo.

Enquanto isso, na Igreja deu-se um acontecimento de gravidade apocalíptica. O Concílio Vaticano II (1962-1965), que pretendeu ser apenas pastoral, omitiu-se em condenar o lobo vermelho, a seita comunista. Desde então, a infiltração das idéias comunistas nos meios católicos cresceu de modo assombroso. Socialismo cristão, Teologia da Libertação, "opção preferencial pelos pobres", Comissão Pastoral da Terra, Conselho Indigenista Missionário, exemplificam as numerosas bandeiras sectárias erguidas no próprio seio daquela que outrora foi o maior bastião de oposição espiritual e moral ao socialismo e ao comunismo.

A fase do caos factual inaugurou o ciclo dos fatos consumados impactantes. Os anos 80 e 90 foram marcados pela Perestroika de Gorbatchev (1985), a queda do Muro de Berlim (1989) e a dissolução da URSS (1991). E no início do milênio, dois outros fatos impactantes chocaram a opinião pública.

A derrubada das Torres Gêmeas em Nova York (11/09/2001), num atentado promovido pelas redes do terrorismo muçulmano, abalou o prestígio e a vivência do american dream. Oito anos depois subiu ao poder Barack Hussein Obama, de raízes muçulmanas.

Na Igreja Católica, deu-se a desconcertante revelação do Terceiro Segredo de Fátima em 26 de junho de 2000. O documento divulgado – pesam graves dúvidas sobre sua autenticidade – teve o condão de desmitificar a profecia marial anticomunista. Em termos psicológicos, os protagonistas do ato, hoje Papa Bento XVI e Cardeal Bertone, provocaram na opinião pública católica um choque criteriológico, à vista do conteúdo e da interpretação que propuseram sobre o suposto Terceiro Segredo revelado. Em outras palavras, o significado prático do assunto Fátima passou a ser: o comunismo está morto, a Rússia está em franco processo de conversão e já começou uma nova era, a Civilização do Amor. Nesse contexto, os eventos religiosos autorizados por Putin – tanto os promovidos pela Igreja Católica quanto pela Igreja Ortodoxa – salpicam com água benta a face da nova Rússia. Com isso a edulcoração do comunismo russo no regime de Putin atinge o seu clímax.

Vladímir Putin exerceu o cargo de presidente da Rússia (1999-2008) e agora é o seu primeiro-ministro. Embora represente o controle governamental pelos quadros do KGB, de onde proveio, a mídia o apresenta como continuador do expansionismo dos czares dotado de carisma populista. Putin desempenha o papel de ex-KGB aberto ao mercado capitalista.

O êxito da estratégia da Perestroika pode ser verificado nas entrelinhas das declarações de Mario Vargas Llosa já referidas: "Somente dois países do mundo mantêm a ficção da utopia socialista: a Coreia do Norte e Cuba".[5]

Mirabile dictu! Os "especialistas em América Latina", reunidos no forum realizado no Hotel Caracas Palace retiraram a Rússia do rol dos países sob governo comunista! Conservaram apenas a Coreia do Norte e Cuba. São especialistas renomados cuja voz impressiona o Departamento de Estado norte-americano.

Sem dúvida o dégradé da estratégia do comunismo a longo prazo alcançou inegável sucesso. Conseguiu convencer o Ocidente de que o comunismo russo morreu e tornou-se coisa do passado.

Também a China, embora governada pelo Partido Comunista, não é mais considerada comunista, e sim, uma economia que se agiganta graças à abertura para o capitalismo.

Para a ótica desses e de outros especialistas equivocados, companheiros de viagem" ou "inocentes úteis", a esquerda light – de Lula, Bachelet e Tabaré Vasquez – faz o contraponto ao socialismo rubro de Hugo Chávez. O equívoco só favorece os desígnios da seita.

O caos factual traz em seu bojo o caos criteriológico. Socialismo e comunismo tornaram-se noções de múltiplo sentido que confundem o homem comum. Também os "especialistas" em América Latina, Rússia e China – dos governos republicanos ou democratas norte-americanos – se equivocam quando acreditam nessas metamorfoses policrômicas.

A manifestação unânime dos representantes de 34 países na recente reunião da OEA (03/06/2009), onde foi aprovada uma resolução que anulou a suspensão da participação do governo cubano na entidade imposta em 1962, é indicativa de que o dégradé aplicado no regime castrista também obteve êxito. As cosméticas modificações introduzidas pelo ditador Raúl Castro, salpicadas de água benta na histórica visita do Cardeal Bertone à ilha-prisão, abrem caminho para o retorno da tirania cubana ao sistema interamericano.

Se o estratagema socialista apresenta a utilidade de servir de cavalo de tróia do comunismo, por sua vez o dégradé do comunismo convence seus adversários e vítimas de que ele morreu e assim os desmobiliza e transforma em simpatizantes ou colaboradores. De enorme proveito para a seita e comprovado sucesso são as variações cromáticas do socialismo e do comunismo.
_________

NOTAS:
[1] Venezuela: chavismo converteu-se em "religião". Agência de notícias Zenit. Roma, 18 de fevereiro de 2009.
[2] Nomenklatura é uma palavra russa derivada do latim nomenclatura que significa lista de nomes. A casta dirigente soviética foi descrita pelo dissidente Mikhail Voslenski em A Nomenklatura - Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética (Record, RJ), que se inspirou na obra de Milovan Djilas, intitulada A Nova Classe.
[3] Cf. Para Vargas Llosa, Venezuela será uma 2ª Cuba.
[4] Khrushchov durante o XX Congresso do PCUS (1956) desmitificou o stalinismo genocida e em 1958 tornou-se primeiro-ministro. Pode-se fazer um paralelismo entre as mudanças que ele introduziu, e a reconstrução ou reestruturação (Perestroika) do comunismo que Mikhail Gorbatchev executou a partir de 1985.
[5] Ver acima a nota 3.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

COMÉDIA NOS BOLETINS DAS IGREJAS


Por Judiclay S. Santos

Caro leitor, você vai morrer de rir com frases reais retiradas de boletins e folhetos de algumas igrejas evangélicas e católicas. Como você vai perceber trata-se de uma simbiose entre o hilário e o esdrúxulo.


1) "No estudo desta noite nosso pastor trará a mensagem intitulada 'o que é o inferno?’. Venha mais cedo e assista o ensaio do coral."

2) "Teremos sorvetada na igreja próximo sábado. As irmãs que forem doar leite cheguem mais cedo."

3) "Para aquelas irmãs que têm filhos e não sabem, o berçário fica no segundo andar."

4) "Após a feijoada do próximo sábado teremos um período de meditação."

5) "Os adolescentes apresentarão no dia 1o uma peça de Shakespeare.Venha assistir esta tragédia."

6) "A irmã Laura agradece a todos os muitos irmãos que contribuíram para que finalmente ela engravidasse. Foi muito difícil, foi uma luta. Sem suas orações..."

7) "A irmã Zilda estará distribuindo Bíblias na favela na próxima terça.. O diabo que se cuide."

8) "Precisamos rezar intensamente pelo problema de saúde da irmã Cândida.Não tem Cristo que resolva."

9) "Os irmãos e irmãs que não sabem ler devem devolver os folhetos da igreja no final da missa, assim que já tiverem usado."

10) "O novo zelador é o irmão Manuel. Não é casado, mas faz tudo que os outros mandam."

11) "O pastor viajou para o enterro da mãe do irmão Paulo. No culto, cantaremos Ouve-se o Júbilo de Todos os Povos."

12) "A todos os irmãos que doaram alimentos à família da irmã Lurdes a igreja agradece. Ela morreu em paz."

13) "Convidamos a todos para possessão do nosso novo pastor no dia 25. Traga convidados para assistir."

CASAMENTO À PROVA DE FILHOS

Por Judiclay Silva Santos




Nos EUA o índice de divórcio é de 50%. O poder judiciário classificou de epidemia social de conseqüências incalculáveis. Existe um batalhão de pessoas estudando esse fenômeno na sociedade americana que é um reflexo da conjuntura mundial.


Uma das razões pelas quais o casamento enfrenta sérias dificuldades é a falta de sabedoria do casal em relação aos filhos. Os filhos são bênção, mas podem ser a causa inicial de conflitos graves na relação conjugal. Os filhos são herança de Deus, mas não devem ocupar o lugar do cônjuge. Pecamos contra os próprios filhos quando damos mais atenção a eles do que ao cônjuge.


A Dra. Debbie Cherry, em seu excelente livro, CASAMENTO À PROVA DE FILHOS, identificou que um problema crescente entre os casais é a atenção exclusiva aos filhos em detrimento do casamento. Os casais tendem a pensar - Depois que os filhos estiverem crescidos, vamos priorizar nosso casamento novamente. Todavia, o que se percebe, em muitos casos, é que quando os filhos estiverem cursando uma faculdade, já houve um distanciamento tão grande entre o casal que os dois malmente se conhecem e a restauração da afetividade se torna mais difícil. Muitas brigas e até mesmo divórcios poderiam ser evitados se os casais levassem em consideração o seguinte princípio: O cônjuge antes dos filhos.


O livro CASAMENTO À PROVA DE FILHOS ( oferece orientações práticas e acessíveis para ajudar casais a evitar as ciladas de um afastar-se do outro. Aprender a cuidar do seu casamento e ao mesmo tempo educar os filhos é uma habilidade inestimável que pode salvar o seu casamento!


O maior bem que uma pessoa casada pode fazer aos filhos é amar o seu cônjuge. Quando os pais vivem em harmonia, amor e fidelidade, os filhos sentem-se seguros e protegidos. A falência do casamento é um desastre na vida emocional e espiritual dos filhos. Espero que os casais levem em consideração esse princípio e tomem o devido cuidado para preservar o seu casamento, para o bem deles e de seus filhos.



O livro está disponível no site da editora AdSantos

sábado, 12 de junho de 2010

REFLEXÃO A RESPEITO DO LOUVOR

Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Encontro de Músicos, na PIB de Manaus.

Vivemos mesmo numa época de ignorância, de obscuridade intelectual e de irracionalismo. Infelizmente, a ignorância tem se tornando jóia cultivada neste país, e os mais pensantes são cada vez mais postos de lado. Quando um político de expressão nacional diz que livro é como academia de ginástica: a gente olha e foge, é porque a coisa ficou feia mesmo. O pior é que a ignorância é cultivada com arrogância. Parece que quanto mais ignorante, mais digno de crédito. E a espiritualidade evangélica tem se distanciado do pensar, que tem sido cada vez mais visto como ato carnal, quando não diabólico. A ignorância está em alta. Está difícil ser evangélico, também, hoje, a quem é pensante.

Ouvi no noticiário televisivo: um rapaz de vinte e poucos anos, gaúcho, estudante de Teologia na Bolívia, desapareceu nos Andes, quando fora escalar uma montanha de 6.300 metros. O rapaz não tem experiência alguma de alpinista, e ainda assim foi sozinho porque, segundo a mãe, queria ter uma experiência com o Espírito Santo, queria encontrar o Espírito Santo. Como achou que ele é boliviano e mora nos Andes foi fazer a escalada.

Com todo respeito: o que leva a uma pessoa a sair do Rio Grande do Sul onde há bons seminários, passando pelo Paraná, onde também os há, e ir estudar Teologia na Bolívia? Respeitosamente: desde quando a Bolívia tem expressão em ensino teológico? Este jovem não tinha um pastor que o orientasse? E o que leva alguém, sem experiência alguma, a escalar sozinho uma montanha de 6.300 metros para encontrar o Espírito Santo? De onde lhe veio a idéia de que numa montanha encontraria o Espírito? E como convertido e aparentemente vocacionado, ainda não encontrara o Espírito? O que ensinaram a este jovem na igreja e depois no seminário? Sei que a família está sofrendo e que é hora de consolar, mas não posso deixar de dizer: quanta gente tonta, sem noção das coisas, e usando a espiritualidade como pretexto para a falta de juízo! Mas isto é reflexo do cristianismo que pregamos e cantamos hoje em dia.
Cantamos autênticos absurdos teológicos e que se chocam contra a Bíblia, e ficamos por isto mesmo. As pessoas não pensam no que cantam, mas se apenas o ritmo é bom, agitado e as faz sentirem-se bem.

Temos um cristianismo cada vez mais sem Cristo, e cada vez mais com o Espírito Santo, sendo que por Espírito Santo as pessoas entendem uma experiência extra-sensorial. Porque uma experiência com o Espírito aproxima mais de Cristo, pois esta é sua missão. O evangelho está se tornando um ajuntamento de sentimentos, sensações, experiências místicas. Culpo um púlpito que não é exegético e corinhos ingênuos e até tolos.
Os muitos corinhos que enxameiam nossa liturgia nos fazem cantar tantas inconveniências que fico abismado que pessoas razoavelmente lúcidas em sua vida secular cantem aquelas letras. Boa parte delas é confusa, sendo difícil ligar uma linha à outra. Pessoas que são professores cantam tantos erros de português, em que "tua" e "sua", que são pessoas diferentes, se misturam e por vezes nem se sabe quando se fala de Deus ou de alguma outra pessoa. Raramente se fala de Jesus, e quando se fala dá para notar que Jesus é cada vez mais um conceito para dentro qual as pessoas projetam seus sonhos de consumo ou de classe média, que o Redentor e Salvador.
A linguagem é horrorosa: "mergulhar nos teus rios", "beber nos teus rios", "voar nas asas do Espírito", "subir o monte de Sião", "estar apaixonado por Jesus", "subir acima dos querubins", uma série de expressões que não fazem sentido algum.

Mas os compositores estão acima da crítica, mesmo quando fazem coisas ridículas, como andar de quatro em público. E quem canta os tais corinhos se sente bem. E também não aceita correção. Quem tenta corrigi-los em suas heresias e tolices é vaidoso, carnal, fossilizado, etc. O que vale não é se o que se canta é certo, mas se faz bem. As pessoas querem se sentir bem e ter alguma experiência. O conteúdo do que se canta é irrelevante. Sendo honesto: não agüento mais cantar corinhos! Chamem-me de vaidoso ou pernóstico, que não fará diferença, mas a maior parte dos corinhos, mesmo que na nova semântica se chamem pomposamente de louvor, é uma ofensa a quem sabe ler e interpretar um texto e tem uma noção mínima de conteúdo da Bíblia.

"Eu tenho a força!", bradava He-Man. Uma força mística, não divina, mas uma energia cósmica. Parece-me que é essa força espiritual que as pessoas buscam. Eles não querem aprofundamento no evangelho nem estudar a Bíblia. Eles querem sensações e experimentar uma força. O evangelho está se diluindo no esoterismo que grassa no mundo atual.
Esta é uma palavra especial aos pastores e ministros de música, que julgo eu, são as pessoas mais responsáveis pelo que acontece e que podem mudar a situação. Quero alinhavar algumas sugestões e lhes peço, respeitosamente, que pensem nelas.

1. FUJAM DO COPISMO

Chacrinha dizia que "na televisão nada se cria, tudo se copia". No cenário evangélico também. Há uma usina produtora de corinhos, de forma comercial, que massifica nossas igrejas. Nossos jovens cantam as mesmas coisas vazias em todos os lugares. Em várias igrejas se vê a mesma deselegância de adolescentes robustas, saltitando, num monte de véus, no que pretende ser uma coreografia, mas que mostra gestos descoordenados e deselegantes.
Chega a ser triste de ver as pessoas saltitando sem habilidade e com uns gestos que nada têm a ver com o ritmo da música.
E a gente fica sem saber o que fazer: se olha as jovens pulando, se pensa no que está cantando, se nota as figuras do multimídia, ou os erros de português das letras, ou ainda o embevecimento do chamado "grupo de louvor", que volta atrás, repete uma estrofe (quando há estrofe), tremelica a voz, faz ar de quem está sentindo dor. Mas é o padrão na maior parte das igrejas. Parece um shiboleth. Quem não faz assim corre risco de ser execrado. Porque os detentores da verdade litúrgica inovadora são fundamentalistas: fora do modelo deles não há louvor nem espiritualidade.
Mas eu pergunto: é preciso fazer tudo igual? Convencionou-se que sim, porque ser antiquado é uma ofensa inominável. E para alguns, fora do padrão corinhos e danças tudo é velharia e não há espiritualidade.
Se você é líder e não concorda, diga que não concorda. Não ceda por medo. Há pastores que têm medo de perder o pastorado e cedem a direção do culto aos jovens. Eles cantam, cantam, e depois se sentam e se desligam do resto da atividade, quando não saem do templo. Há um descompasso entre o que se cantou e o que se prega. Porque se canta um evangelho muito diluído. Há pastores que têm medo de perder o rebanho, massificado por este padrão, e o usam.
Tenho ido a igrejas em que pastores ficam alheios aos corinhos (recuso-me a chamá-los de "louvor"), mas dizem-me candidamente: "Eu não gosto, mas o pessoal gosta". Ele deixa de ser o orientador do povo e passa a ser um garçom que serve o que o povo gosta.
Ministro de música também age assim. E também está errado. Se estudou música e passou por um seminário deve ter uma proposta de liturgia menos medíocre e que atenda a todas as faixas etárias da igreja. É sua responsabilidade. Nossos cultos estão sendo empobrecidos pelos corinhos. A música é de baixa qualidade e as letras são aguadas. Os corinhos são cada vez mais efêmeros.

Ministro de música, não copie a pobreza musical e intelectual dos corinhos. Pensar não é pecado. E ser inteligente também não é. Se os "levitas" podem discordar dos que chamam depreciativamente de "conservadores", por que nós, conservadores, não podemos discordar dos "mediocrizadores" da música evangélica?

2. O QUE A BÍBLIA DIZ?

Tudo na igreja deve ser submetido ao crivo da Bíblia, inclusive o que se canta. Os compositores não estão escrevendo uma nova revelação e estão sujeitos ao crivo da Bíblia. Devem ser humildes e não pensarem de si como oráculos de Iahweh.
Quem queira "subir o monte santo de Sião" deve ler Hebreus 12.22-29 e ver que ele é um símbolo do evangelho, da igreja de Deus, e que cada crente já está nele. O monte Sião não tem nada para nós.
Quem queira "subir acima dos querubins" deve ler Isaías 14 e verificar que alguém quis fazer isto no passado e foi expulso do céu.

Quem cante "Quero ver a tua face, quero te tocar", deve se lembrar que Deus disse a Moisés: "Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá" (Ex 33.20).
As primeiras declarações de fé da igreja foram expressas em cânticos. Muitas afirmações litúrgicas do Novo Testamento foram expressões teológicas que firmaram os cristãos. Lutero firmou a Reforma com suas pregações, seus escritos, mas muito mais com seus cânticos. São cânticos que ficam na mente e muita gente está subindo o monte porque canta isto. A igreja precisa cantar sua fé e sua fé está na Bíblia. Toda letra de cântico deve ser submetida ao crivo bíblico. O certo não é o que a pessoa sente nem se o que ela canta lhe faz bem. O certo é o que está de acordo com a Bíblia.
O conteúdo do evangelho foi muito definido: Cristo crucificado. Mas pouco se cantam Cristo e a sua cruz. Precisamos cantar o ensino da Bíblia. "Doce canto vem no ar com a primavera, Flores lindas vão chegar com a primavera, Lírios, dálias e alecrins, Violetas e jasmins, O sol vai brilhar, passarinhos vão cantar, Com a primavera". O que isto tem a ver com Cristo, com a salvação, com a segurança dos salvos?
Temos abandonado a Bíblia como fonte de doutrina, trocando-a por revelações e sonhos de gurus. Temo-la abandonado como inspiradora de modelo gerencial para a igreja, assumindo padrões de administração humana. Muita pregação, mesmo com ela sendo lido, é apenas emissão de conceitos culturais, e sendo ela mero pretexto para o discurso. E temo-la deixado de lado como balizadora do que cantamos.
A função do cântico não é distrair as pessoas nem fazê-las sentir-se bem no culto, mas ensinar as grandes verdades de Deus. O culto deve ser doutrinador, sim. Preguei num congresso de jovens em Manaus, e deselegantemente, o dirigente tomou a palavra após minha fala e disse: "Não me interesso por doutrina, e sim por Jesus". Pedi o microfone de volta e fiz uma pergunta: "Sem doutrina, que Jesus você tem?".
Com nossos cânticos atuais, não temos Jesus. Em muitos deles temos um espírito de grupo, uma cultura grupal ou um Espírito que mais se parece com a Força de He-Man que com o Espírito Santo. É preciso subordinar tudo ao crivo da Bíblia. O evangelho está se tornando cada vez menos bíblico e mais sentimental. Porque está faltando Bíblia.

3. NÃO DESPREZE SUA HERANÇA TEOLÓGICA E LITÚRGICA

O terceiro aspecto que abordo é este: não despreze sua herança teológica e litúrgica. Há uma tradição que engessa e que fossiliza. Mas há uma tradição que enriquece e que dá balizamento. O evangelho não começou agora. A igreja não surgiu há alguns poucos anos. Os momentos de louvor e adoração não foram criados agora. Muitos deles, no passado, deixaram marcas profundas de avivamentos que impactaram a sociedade.
Até agora caí de tacape e borduna nos corinhos, sem abrir espaço para reconhecer que alguns sejam bons. Foi de propósito. Creio que consegui um pouco de atenção. Creio que há cânticos bons e que trazem conceitos espirituais seguros. São coerentes, biblicamente falando. E respeitam a herança teológica do protestantismo. Porque este critério também tem valor: os cânticos estão reafirmando nossa fé ou modificando a nossa fé? Infelizmente, a maioria me deixa desconfortado: não os canto porque não expressam minha fé, a fé em que fui criado, a "bendita fé de nossos pais", como diz um hino.

Nós temos um passado e não podemos fugir dele. A ignorância do passado leva a cometer os mesmos erros cometidos. Houve uma longa luta para firmar o cânon do Novo Testamento, e precisamos lembrar que é ele que interpreta o Antigo.
Muita gente tem cantado o Antigo Testamento, mas nós somos cristãos. Nós cantamos a fé em Cristo. Se o Antigo Testamento é pregado, deve ser interpretado pelo Novo. Se o Antigo é cantado, deve ser interpretado pelo Novo. Estão querendo rejudaizar o evangelho, questão que a igreja já resolvera em Atos 15 e contra a qual Paulo escreveu a sua mais dura carta, a epístola aos gálatas.
Somos filhos do Novo Testamento, e não do Antigo. Somos filhos dos evangelhos e das epístolas, e não de Salmos, embora Jesus os usasse. Mas seu próprio jeito de usar os salmos nos orienta: ele os reinterpretou em sua pessoa. Cantemos Jesus, cantemos a fé cristã e não meras sensações, cantemos a cruz, o túmulo vazio, o perdão dos pecados. Cantemos a Igreja, e não Israel. Somos cristãos e não judeus. Cantemos que "a cruz ainda firme está e para sempre ficará".

Somos salvos pela graça por meio da fé em Cristo. Não somos salvos pelo Espírito Santo nem por uma experiência litúrgica. O Espírito é uma pessoa e não sensações: "O Espírito Santo se move em você com gemidos inexprimíveis" é algo sem sentido. Ele geme por nós, em oração, com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Mas não se move dentro de nós, com gemidos.
O ponto central do evangelho é Cristo e sua cruz. Este é nosso tesouro teológico, herança à qual devemos nos agarrar. Qualquer cântico que deslustre isto, que diminua Jesus, que esmaeça a cruz, é blasfêmia. Não quero cânticos de auto-ajuda. Quero Jesus e sua cruz. Quem tem Jesus não precisa de muletas emocionais. Quero cânticos bíblicos, de acordo com a fé que uma vez foi entregue aos santos (Judas 3).

CONCLUSÃO

Sei que foi uma palestra dura. Não vou me desculpar porque o que eu disse é o que eu creio. Sim, estou cansado da ditadura litúrgica que me parece associada a um fundamentalismo: só nós sabemos o que é espiritual e vocês estão fora, são do passado, são frios, são formais. Eu me recuso a cantar bobagens com roupagem espiritual. E desafio vocês a restaurarem a liturgia com conteúdo, com ensino. Desafio-os a não cederem à força da pobreza litúrgica que nos avassala.
Há algo mais comovente e com mais conteúdo que "Castelo Forte", "Aleluia", "Amazing Grace"? Por que a ditadura dos corinhos? Por que, no natal, sou obrigado a cantar que "quero voar nas asas do Espírito"? Que os compositores de corinhos componham música de boa qualidade com letras de conteúdo, e ajustada às épocas, também. Os corinhos são monocromáticos. Dizem sempre a mesma coisa. Nunca ouvi um exortando à confissão de pecados, falando do natal, da dedicação de crianças, da semana da paixão, de missões, da Bíblia como Palavra de Deus. Tudo é igual: louvar, adorar, contemplar, sentir-se bem. Não permitam a monocromia, que é sinal de pobreza.

Escrevi, tempos atrás, um artigo intitulado "Quero uma igreja velha". Esta palestra é um desabafo e um pedido de ajuda: "Socorro, quero um culto velho". Com a Bíblia exposta, com solenidade, com cânticos com nexo, com os grandes hinos de nossa fé, com Cristo e sua cruz brilhando. Sim, estou cansado da liturgia atual, que é pobre e alienante.

ISRAEL ANTE O PODER GLOBAL


Por Olavo de Carvalho


O episódio do navio turco em Israel resume-se em dois termos: “factóide” e “guerra assimétrica”. Seria a marinha turca tão despreparada, tão ingênua, tão pueril ao ponto de ignorar que nenhum governo do mundo jamais deixaria um navio estrangeiro desembarcar toneladas de caixas numa zona em conflito sem examiná-las primeiro? Sobretudo depois que os mediadores israelenses foram recebidos a socos e pontapés, por que deveria o governo de Tel-Aviv aceitar a priori a hipótese de que o conteúdo das caixas fosse algo de tão inocente quanto bolinhos de bacalhau ou picolés de abóbora? É com base nesta hipótese maluca, teatral, fingida até o último limite de desespero, que a tal “opinião pública mundial” se desfaz em lágrimas de cólera contra a ação israelense.


O significado do caso vai, no entanto, muito além do de mais uma encenação patética de autovitimização palestina. Muitos estudiosos do poder global, inclusive alguns bem honestos, asseguram que o establishment bancário europeu e anglo-americano tem no Estado de Israel um dos seus principais instrumentos de ação imperialista para a conquista do poder sobre todo o orbe planetário. A hipótese parece razoável à primeira vista, tendo-se em conta a elevada presença de judeus nos altos círculos do globalismo, mas ela recebe um desmentido cabal e flagrante quando se observa a atuação da mídia internacional nos vários conflitos que envolvem Israel. Afinal, um bilionário ter nascido judeu não faz dele automaticamente um patriota israelense ou um amigo dos demais judeus, como o sujeito ter nascido americano não faz dele um discípulo fiel dos Founding Fathers.


A mídia é o instrumento supremo de ação das elites globalistas sobre a opinião pública. Daniel Estulin demonstrou, em “A Verdadeira História do Grupo Bilderberg”, que hoje em dia a grande mídia da Europa e dos EUA está concentrada nas mãos de uns poucos grupos globalistas. Se Israel estivesse a serviço desses grupos, o que veríamos nos jornais e canais de TV seria a defesa incondicional dos interesses israelenses mesmo quando fossem injustos e prejudiciais ao resto do mundo.


Na realidade, o que se vê é precisamente o contrário: façam os judeus o que fizerem, eles são sempre os errados, os malvados, os imperialistas, os agressores. A guerra de ocupação cultural muçulmana no Ocidente, em contrapartida, é invariavelmente pintada com as cores mais inocentes e comovedoras, como se a imposição arrogante da shariah e do poder islâmico na França, na Alemanha ou na Inglaterra fosse apenas uma questão de proteger imigrantes desamparados e inermes. Diante de cada confronto espontâneo ou fabricado, a reação pró-islâmica e anti-israelense da classe jornalística mundial é sempre imediata, unilateral e sem o mais mínimo exame crítico.


A duplicidade de critérios com que aí são julgados os contendores mostra que a cobertura desses episódios, em praticamente todos os países e idiomas, já foi muito além do mero viés jornalístico e se transformou numa arma de guerra assimétrica. Ela tem a constância automática da obediência a um programa de ação previamente decidido. E quem o decidiu, senão os que têm os meios de fazê-lo, os donos da geringonça midiática? Se Israel tivesse a seu lado o esquema globalista, teria também a mídia internacional, mas esta é de fato o seu principal e mais odiento inimigo. Longe de ser instrumento de um projeto mundial de poder, Israel é hoje quase uma nação pária, como Honduras, a Colômbia, Uganda ou o Estado americano do Arizona, carregando, como eles, a culpa de tomar decisões independentes em favor de seu povo em vez de auto-sacrificar-se masoquisticamente no altar da Nova Ordem Mundial, como o fazem as nações européias.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A RENOVAÇÃO DO DISCÍPULO


Uma Oração Puritana

Ó MEU SALVADOR,
ajuda-me.
Sou tão lento para aprender,
tão propenso a esquecer,
tão fraco para progredir;
Permaneço no sopé, quando deveria estar nas alturas;
Sou afligido por meu coração carente de graça,
meus dias desprovidos de oração,
minha pobreza de amor,
minha indolência na corrida celestial,
minha consciência suja,
minhas horas desperdiçadas,
minhas oportunidades perdidas.


Estou cego enquanto as luzes brilham ao meu redor:
desembaça meus olhos,
reduz a pó a perversa raiz de incredulidade.
Faz com que minha principal alegria seja te conhecer,
meditar sobre ti,
te contemplar,
sentar aos teus pés, como Maria,
me reclinar sobre teu peito, como João,
ser, como Pedro, atraído a teu amor,
como Paulo, considerar todas as coisas esterco.

Dá-me, tanto quanto possível, crescimento e progresso na graça;
mais firmeza em meu caráter,
mais vigor em meus propósitos,
mais consagração em minha vida,
mais fervor em minha devoção,
mais constância em meu zelo.
Embora eu ocupe um lugar no mundo,
livra-me de fazer do mundo o meu lugar;


Que eu nunca venha a buscar na criatura
aquilo que só pode ser encontrado no Criador;
Que a fé não cesse de ti buscar, até quando ela não for mais necessária.
Vai adiante de mim, tu rei dos Reis e Senhor dos senhores,
que eu possa viver vitoriosamente, e em vitória atinja meu fim.


terça-feira, 8 de junho de 2010

CRISTÃOS SOB PERSEGUIÇÃO!


Por Judiclay Silva Santos


Ao contrário das democracias ocidentais onde há liberdade de expressão e seus cidadãos são livres para professar a sua fé, os países islâmicos e comunistas manifestam um ódio mortal contra os cristãos. Uma infinidade de crimes contra pessoas inocentes, muitas delas mulheres e crianças, vem sendo praticados sem que aja nenhuma manifestação crítica por parte das autoridades. A impunidade é para eles o maior incentivo. O fato é que o cristianismo vem sendo objeto de intenso ódio e cruel perseguição. O absurdo maior é que tudo isso acontece com a conivência das autoridades que deveriam proteger o inocente, de qualquer credo ou nacionalidade. A mídia global, com sua escandalosa omissão, está mais interessadas em divulgar as fofocas envolvendo celebridades narcisistas e parasitárias do que noticiar as atrocidades que vem sendo cometidas contra cristãos em vários países do mundo.


Caro leitor, uma monstruosidade está acontecendo e poucos parecem se importar, na verdade, a maioria ignora essa triste realidade. Não se trata apenas de perseguição cultural sistemática, como acontece no Ocidente pós-cristão. Estou falando de assassinatos, tortura, agressão física, psicológica, e uma verdadeira caçada aos cristãos.


A omissão dos grandes veículos de comunicação a respeito do assunto é apenas a cereja no bolo da festa macabra em que se tornou a perseguição anticristã.


Assisti a um vídeo que me deixou indignado e ao mesmo tempo constrangido. Indignado porque sei que essas pessoas são inocentes, pois o único crime delas é reconhecer que Jesus Cristo é o Senhor e viver sob seu bendito senhorio. Pessoas simples que apenas abraçaram o evangelho e querem compartilhar com seus compatriotas a alegria de conhecer a Jesus Cristo, o Caminho de volta para Deus.


O constrangimento se dá pelo fato de ter que reconhecer a mediocridade em que muitos cristãos vivem, quase sempre descontentes, ingratos e indiferentes a dor e ao sofrimento alheio, sobretudo quanto aos seus irmãos na fé que vivem realidades incomparavelmente mais adversas.


Trata-se de casos reais de perseguição contra nossos irmãos na fé, embora tenha previsto o ódio do mundo contra os seus discípulos. Disse Jesus: Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. (Jo 15.18, ss).


No segundo século da era cristã, no auge da perseguição contra a Igreja, Tertuliano, um dos líderes cristãos da igreja na África, cunhou uma famosa frase: O sangue dos mártires é a semente da igreja. Ele constatou que, ao contrário do que o império romano objetivou, a perseguição com a prisão e morte de milhares de cristãos, não deteve o crescimento da igreja. Quanto mais a igreja era perseguida, mais ela crescia. Sabe por quê? O sofrimento revela quem é fiel e quem é conveniente. A fornalha da provação revela quem somos. A causa do evangelho triunfará e naquele dia, o Dia de Cristo, nós veremos a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não serve. Maranata!




ASSISTA O VÍDEO.




MISSÃO PORTAS ABERTAS
Ainda hoje, milhares de cristãos em todo o mundo, sofrem cruel perseguição por causa do evangelho. Há inúmeros irmãos em Cristo sendo presos, maltratados, espoliados e mortos em países hostis à fé cristã. Na verdade, o século 20 foi o mais terrível para os cristãos em número de mortes, e o século 21 parece seguir o script infernal. A Missão Portas Abertas é uma organização cristã fundada pelo Irmão André, um cristão de origem holandesa que desde 1955 realiza um notável ministério de apóio às igrejas cristãs em área de risco. Aos 81 anos de idade, este exemplar servo de Deus segue firme na luta em favor dos cristãos perseguidos. Seu ministério tem influenciado os cristãos em países onde há liberdade de culto, mobilizando-os a ajudar a Igreja Perseguida.




A Missão Portas Abertas tem sido um instrumento nas mãos de Deus para divulgar o que acontece com os cristãos em países marcados pela intolerância religiosa e falta de liberdade.


Depois de muita pesquisa, foi elaborada uma relação de 50 países onde atualmente acontece perseguição aos cristãos. A classificação inclui cinco itens: Perseguição Severa (Coréia do Norte), Opressão (Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, Somália, Maldivas e Iêmem), Limitações Severas (China, Paquistão, Egito, Vietnã entre outros) Algumas Restrições (Sudão, Cuba, Síria, entre outros) Algumas dificuldades (Quênia e Casaquistão).



A Bíblia diz: “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo o vós mesmos também no corpo”. (Hb 13.3) Portanto, devemos interceder diante do Pai para que à sua igreja, por meio da sua suficiente graça, receba tempos de refrigério. Enquanto isso, que o povo de Deus em todo mundo, ouça a voz do Senhor: Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap. 2.10).




Acesse o site: http://www.portasabertas.org.br/ e procure ajudar os cristãos perseguidos.







sábado, 5 de junho de 2010

O BOLSA FAMILIA E AS DUAS FACES DO LULA


UMA PROVA IRREFUTÁVEL DA IMORALIDADE DOS PETRALHAS

POR QUE TODOS ODEIAM ISRAEL?


Blog do Mr. X 03 Junho 2010 Internacional - Oriente Médio

Se é verdade que "os sionistas controlam a mídia", como se explica que esta seja tão fanaticamente anti-Israel? Nenhum outro país é tão vigiado, tão vilipendiado, tão acusado. Se os "sionistas" de fato controlam os meios de comunicação, estão fazendo um péssimo serviço.

Há uma guerra civil no Congo que dura até hoje e que já matou mais de cinco milhões de pessoas em poucos anos. É a guerra com maior número de vítimas desde a II Guerra mundial. Ninguém se importa. Ninguém vai levar medicamentos, água ou comida para esses pobres desgraçados.
Não vai haver nenhuma "frota da paz" nessa direção. Ninguém vai comentar em blogs.
Putin matou duzentos mil muçulmanos chechenos. Houve uma única jornalista que protestou, e terminou suicidada com dois tiros. Quanto ao resto da mídia, silêncio.


Os jordanianos mataram em um só mês (Setembro Negro) dez vezes mais palestinos do que os israelenses em 40 anos. Mesmo hoje, morrem mais muçulmanos nos conflitos sunitas versus xiitas do que no conflito com Israel. Mas se árabe mata árabe, ninguém se importa.

Há menos de um mês, um barco sul-coreano foi torpedeado e morreram 46 pessoas, e ninguém está "indignado". Por que alguns mortos valem mais do que outros?
Agora temos o caso da tal "frota da paz". Eis seus pacíficos passageiros. É verdade, nem todos na frota eram dessa laia. Alguns eram apenas idiotas úteis, candidatos ao troféu principal dos Darwin Awards (quem mais iria para uma zona de guerra fazer "turismo de protesto"?)

Claramente, tratava-se de uma armadilha. Israel não tinha como vencer: se deixasse os barcos passarem, perdia a moral e a segurança. Se afundasse os barcos, mesmo estando de acordo com a lei internacional (*), o país seria crucificado.
Os israelenses optaram pela opção, a meu ver equivocada, de revistar o barco com soldados, os quais foram recebidos a pauladas, como bem mostra o vídeo no post anterior. Algumas dezenas de soldados contra uma massa humana tentando linchá-los. Nessas condições, o confronto foi inevitável.O problema poderia ter sido resolvido sem a abordagem, com tiros de advertência de um canhão, seguidos de tiros reais caso o navio continuasse.

O escândalo midiático seria provavelmente o mesmo, mas não se colocaria em risco a vida de soldados, e talvez houvesse menos vítimas, já que os caídos ao mar poderiam ser resgatados.
A imagem de Israel sai arranhada, e não podia ser diferente. Israel está virando, para a mídia, a nova África do Sul. Não, não faço aquela velha e gasta comparação com o sistema do apartheid, que era algo totalmente diferente ao que ocorre hoje no Oriente Médio. Mas o país recebe internacionalmente a mesma tentativa de desqualificação total. Assim como todos estavam contra a África do Sul nos anos 80, hoje todos estão contra Israel.

Curiosamente, foi nesta mesma semana que saíram notícias sobre um suposto acordo secreto entre Israel e África do Sul, no qual Israel teria tentado (sem sucesso) vender armas nucleares ao país africano. Logo depois soube-se que as notícias eram falsas, mas não poderia ser mais clara a tentativa de igualar os dois países como párias da humanidade (ou, alternativamente, bodes expiatórios da Sempre Boa "comunidade internacional").

Israel e a velha África do Sul, na verdade, têm muito pouco em comum no que se refere à organização política, até porque Israel é uma sociedade democrática e multiracial. (E se Israel negociava com a África do Sul, era porque o bloqueio árabe deixava poucas outras opções.)


Mas, de certo ponto de vista, a antiga África do Sul e Israel podem ter sim ao menos uma coisa em comum. Se Israel pode ser visto, dependendo da ideologia, tanto como opressor de pobres palestinos ou como um minúsculo país judeu cercado por milhões de inimigos árabes, da mesma forma a África do Sul poderia ter sido vista, não só como um país de brancos malvados oprimindo negros, mas também como um país onde uma minoria branca estava cercada por milhões hostis de maioria negra.(Não estou apoiando o apartheid, que fique claro: só observando a disparidade das populações, entre judeus e árabes em um caso, e entre brancos e negros do outro, e o ódio entre ambos.

É verdade também que o desgosto da mídia é seletivo. Imagine um sistema no qual os brancos sejam oprimidos e expulsos de suas terras, quando não mortos, e pergunte-se se ocorreria o mesmo escândalo. Pois esse país existe, chama-se Zimbábue. Imagine um ou mais países onde os judeus sejam expulsos à força e percam todas as suas propriedades. Também existem, são os países árabes após 1948. Ninguém liga.)

Bem, fora isso, é claro que o apartheid era um sistema opressivo de separação racial que pouco ou nada tem a ver com o que ocorre em Israel, onde o conflito é bem outro e tem origens territoriais e religiosas muito antigas. A similitude está no fato de que, assim como negros e brancos ainda não se dão bem na África do Sul, e alguns até acham que as relações pioraram, muçulmanos e judeus continuarão a se odiar enquanto o conflito por terras e religião continuar.

Pode cantar musiquinha, pode fazer propaganda, pode tentar macumba. O problema não vai se resolver. Há certas questões que são insolúveis mesmo por canais diplomáticos, e mandar "frotas da paz" só atrapalha. Embora talvez seja essa a intenção.

Alguns dirão que a propaganda dos islâmicos venceu, que este é o "Eldorado dos Carajás" israelense. Não importa. Para todos os efeitos, a hora das Relações Públicas acabou. Não interessa mais o que os intelectuais suecos pensem de Israel. O país enfrenta o momento mais delicado desde 1948, com Hizbollah superarmado ao norte, Hamas dominando Gaza ao sul, e a possibilidade de um Irã atômico que fala abertamente em aniquilar o país sob aplausos da comunidade internacional.
Agora até a ex-aliada Turquia ameaça se virar contra, e os EUA de Obama tampouco são muito amigos, tendo cancelado uma série de auxílios ao país. Não há mais tempo para posar de bonzinho. É bala na agulha. É Israel contra todos. Se acham que exagero, basta olhar a repercussão midiática de qualquer evento envolvendo Israel.

O país jamais será visto com bons olhos. Até a ajuda que deu durante o terremoto no Haiti foi criticada por alguns (diziam que os sionistas estavam lá para roubar órgãos). Que África do Sul o quê - suspeito que nem a Alemanha nazista foi tão odiada em seu tempo.


O ódio contra Israel é irracional, já que o conflito Israel vs. palestinos é um conflito menor, que não tem demasiada importância geopolítica, que não afeta quase ninguém fora daquela limitada região (fora os judeus mortos em atentados terroristas islâmicos em outras cidades) e que nem causou, proporcionalmente, tantas vítimas quanto outros conflitos muito mais sangrentos. Mais muçulmanos são mortos todo ano por muçulmanos do que os que Israel jamais matou. Morrem mais pessoas em um fim de semana nas guerras do tráfico no Rio do que em Gaza. Mas, contra um vendaval de ódio, é inútil argumentar.

Sinceramente, não sei de onde vem todo esse ódio. Poucos se importam se Sri Lanka massacra os tamis, se os Chineses reprimem os tibetanos, ou se os turcos eliminam os curdos. Esses três povos vitimizados tem tanta ou mais "legitimidade" para ter um estado próprio do que os palestinos, que não é uma etnia específica e é um termo que não existia antes de 1967.


Mas ninguém se importa muito com eles. Não, Israel não é perfeito. Muitas vezes erra mais do que acerta. Ultimamente tem cometido algumas trapalhadas, e seus políticos metem os pés pelas mãos. Pode-se argumentar que cometeu vários ataques desnecessários e até crimes de guerra. É válido criticar suas políticas, assim como as de qualquer outra nação. O país não é santo -- mesmo porque não têm opção de ser. Ou resiste, ou é destruído. E não se enganem: esse é o objetivo de seus inimigos. Destruir o país, aniquilar sua população, e colocar toda a área sob controle islâmico. É claro que alguns ficariam felizes com a destruição de Israel, assim como ficariam felizes com a destruição dos EUA, ou mesmo de todo o odiado Ocidente.


A esses, tudo o que se pode dizer é: cuidado com o que deseja, pois poderá se tornar realidade. O resultado vai ser muito pior do que você pensa.