sábado, 20 de outubro de 2012

COMO SERÁ O FUTURO DO NOSSO PAÍS?



O Brasil é um país de beleza singular. A riqueza de sua biodiversidade encanta o mundo inteiro. Temos a maior reserva florestal do planeta e somos detentores do maior reservatório de água doce do mundo. No entanto, a despeito de ter todas as possibilidades para ser uma potência mundial, uma nação próspera e de oferecer ao seu povo uma boa qualidade de vida, padecemos de males que causam vergonha aos homens de bem.

Como será o futuro do nosso país se ocuparmos o 6o lugar no ranking de homicídios, chegando a ter, em média, 50 mil assassinatos por ano, na sua maioria de jovens? Um agravante: “De cada 100 criminosos, apenas 24 são presos, só cinco vão a julgamento e apenas 1 cumpre pena até o fim”. (Revista Veja)

Como será o futuro do nosso país se os que prometem fazer o bem acabam se dando bens? A quantidade de pessoas que assaltam os cofres públicos e permanecem no poder é uma afronta ao trabalhador. Os bilhões arrecadados pela pesada carga tributária deveriam ser revertidos em serviços, mas são desviados pelos larápios do erário público que contam com a certeza da impunidade e a boa memória dos brasileiros que de quinze em quinze anos esquecem o que aconteceu nos últimos quinze anos.

Como será o futuro do nosso país se a riqueza permanece concentrada nas mãos de 1% da população, enquanto 40% vivem na faixa da pobreza? Em matéria de má distribuição de renda, o Brasil só perde para Serra Leoa, um pequeno e inexpressivo país africano. Embora o Brasil seja rico, brasileiros passam fome.

Como será o futuro do nosso país se a Igreja Cristã, que tem o papel de ser a consciência moral e a voz profética da nação, apresenta-se socialmente indiferente e inoperante, moralmente frouxa e decadente? A igreja brasileira é espiritualmente fraca, razão pela qual as seitas se proliferam como uma epidemia nascida nos laboratórios do inferno. Falsos profetas torcem a verdade e ludibriam o povo, evidenciando ignorância, ganância e vaidade.

Como dizia o poeta: “Brasil, olha pra cima. Existe uma chance de ser novamente feliz. Brasil há uma esperança! Volta teus olhos pra Deus, Justo Juiz.”


Judiclay S Santos



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CRISTO SIM! IGREJA NÃO! – UM ERRO GRAVE





Desde a década de 60, uma época marcada pelo advento de muitas revoluções de natureza anticristã, a igreja vem sofrendo com a fúria de seus algozes que a acusam de todo tipo de absurdo. O mundo sempre odiou a igreja pelas mesmas razões que odiou Jesus de Nazaré (Jo 3.19). A juventude americana protagonizou um episódio que ainda hoje exerce influência sobre muitos. Jovens marcharam pelas ruas dos EUA vociferando uma frase “bonita”, mas absolutamente diabólica: “Cristo Sim! Igreja Não”. Uma pergunta: É possível amar a Cristo e odiar ou ser indiferente para com a igreja de Cristo? Creio que não. “O mesmo ímã, Cristo Jesus, que atrai pecadores a si e os transforma em santos, simultaneamente os agrega em comunhão íntima uns com os outros” (Willian Hendriksen).

O crescente movimento dos desigrejados tem sido objeto de estudos em muitas partes do mundo. É verdade que muitas pessoas sofreram abusos no contexto de igrejas que por variadas razões não cumpriram seu papel de ser bênção na vida do povo de Deus. Todavia nada justifica o desprezo pela noiva do Cordeiro. Os detratores acusam a igreja de ser uma congregação de gente hipócrita, falsa e desumana. Sendo assim, o melhor a fazer é seguir a Jesus sem imiscuir-se com a igreja.

Certo náufrago foi encontrado em uma pequena ilha. Quando o capitão do navio de resgate chegou ali notou que havia três cabanas rudimentares cobertas com folhas de coqueiro. “Por que três cabanas? Você não ficou aqui sozinho por dez anos?”, perguntou o capitão. “Sim, fiquei”, respondeu o náufrago. E completou: “Aquela primeira cabana é a minha casa e aquela segunda é a minha igreja”. “E o que é aquela terceira cabana ali adiante?”, insistiu o capitão. O magro e barbudo homem, com olhar de desprezo respondeu: “É a minha ex-igreja”. Moral da história: O problema não é a igreja, o problema é você, somos nós. É mais fácil transferir a culpa para a igreja do que reconhecer a próprias falhas individuais.

A igreja é a comunidade dos pecadores redimidos no sangue de Cristo. Igreja perfeita é uma ilusão que os imperfeitos projetam para esconder suas falhas. Uma igreja saudável é uma congregação de pessoas que estão sendo transformadas de glória em glória. Nesse processo amar uns aos outros é a maior evidência do nosso amor por Cristo. Nas palavras de João: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”. O lema do evangelho é CRISTO SIM! IGREJA SIM!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

AS TRÊS PENEIRAS DE PAULO


AS PENEIRAS DE PAULO

Sócrates, o pai da filosofia, costumava falar sobre a necessidade de passarmos tudo que ouvimos por três peneiras. Ele estabeleceu como critério o que mais tarde passou a ser chamado de As Peneiras de Sócrates. Quando alguém chegava para contar-lhe alguma coisa ele perguntava: você já passou o que esta me contando pelas três peneiras? Então, o filósofo fazia três criteriosas perguntas.


A primeira peneira: É verdade o que você está falando? Se a pessoa titubeasse, dizendo: “Eu escutei falar que é verdade.” Sócrates prontamente dizia: “Bom se você escutou falar, você não tem certeza”. A segunda peneira: Você já falou para pessoa envolvida o que está me falando? Se você se importa tanto, a primeira pessoa que deve saber é a pessoa diretamente envolvida. A terceira peneira: O que você vai me contar vai ajudar essa pessoa? Vai ser boa, vai ser útil, vai beneficiar, vai ajudar alguma coisa? Se a pessoa não pudesse responder positivamente ao crivo dessas três perguntas, Sócrates então dizia: Não precisa nem contar; não quero saber.


A Palavra de Deus nos exorta a tomar muito cuidado com o uso da língua. Como cristãos devemos submeter nossa vida ao senhorio de Cristo, inclusive a nossa língua. As Escrituras nos orientam a passar nossas palavras no que iremos chamar de As três Peneiras de Paulo. 


A PENEIRA DA VERDADE.
Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Ef 4.25

A PENEIRA DO AMOR.
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef 4.15

A PENEIRA DA GRAÇA.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. Ef 4.29


A santificação no falar é uma bênção, pois evita que pequemos contra o Senhor e contra o nosso próximo. Peçamos a Deus toda sabedoria necessária para que possamos abençoar vidas e glorifica-lo por meio do que falamos. Nós todos deveríamos orar como o salmista: “Põe guarda, Senhor, à minha boca. Vigia a porta dos meus lábios”.  Sl 141.3 “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” Sl 19.14

Judiclay S Santos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

AMARGURA: UMA DOENÇA DA ALMA!


Por Judiclay S Santos

AMARGURA: UMA DOENÇA DA ALMA!

A amargura é uma doença na alma. O amargurado é o tipo de pessoa cujo coração não bombeia sangue, mas veneno. Tudo que ela faz ou fala é contaminado pelo vírus da infelicidade e do descontentamento. Suas memórias são amargas e desagradáveis. Suas emoções falidas e sem vida. Seus olhos... uma vitrine da tristeza em seu mais elevado grau. Sua língua é uma máquina de matar. Ninguém presta. Tudo é ruim. Nada é bom. 

A presença de uma pessoa amargura contamina o ambiente e o torna tão sombrio que até os pássaros deixam de cantar. As plantam murcham e sonegam o seu perfume. Assombradas, as crianças se afastam de tais pessoas como se fossem monstros vestidos de gente. A amargura é a morte lenta de uma pessoa que não vive, mas apenas sobrevive em um estado de deplorável miséria existencial.

O que me impressiona é que existem muitas pessoas assim. Gente de mal com a vida. Pessoas que há muito tempo não tem o prazer de sorrir e se alegrar. Gente que perdeu a capacidade de admirar, de elogiar, de se encantar, de amar... O por do sol, o brilho das estrelas, o sorriso de um bebê... nada mais o encanta. Tudo  o irrita, até mesmo o canto dos pássaros e o brilho da lua. Na angústia do seu travesseiro, toda noite é um pesadelo, uma tristeza mórbida. 

Tenho encontrado pessoas amarguradas nos mais variados lugares, nas mais distintas classes sociais e econômicas. Vejo essa amargura no semblante de médicos, que embora sejam capazes de tratar a doença de outros, vivem emocionalmente enfermos e espiritualmente falidos. No supermercado, vejo moças cujo olhar comunica a morte do ser e falência dos sonhos. 

Gente cujo corpo está ali, mas a alma já está em estado de putrefação. São pessoas azedas, de linguagem cáustica e vida infeliz. Algumas são assim por conta de experiências traumáticas, cujas marcas são tão profundas que fazem a alma sangrar. Mulheres mal amadas, meninas violentadas, filhos rejeitados, rapazes desprezados, homens fracassados, esposas traídas, maridos abandonados. Por todo lado vemos miséria, desolação, decepção, frustração, abandono e pecado. 

Quando o coração é ferido, mutilado em mil pedaços, a tendência humana, é juntar a sobra, escondê-lo e torná-lo inacessível. Cria-se uma blindagem emocional tornando o coração refratário ao amor. Quando isso acontece a morte é apenas uma formalidade, pois a vida já não existe.

Se você está vivendo no submundo da amargura, escravizado pelo rancor, dominado pela tristeza, subjugado pelo desespero e refém da desesperança, quero lhe encorajar a falar com Deus: “Senhor, cura a minha alma; faz de mim uma nova pessoa”. Medite na Palavra de Deus, que diz: “Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente”. Salmo 16.11

quarta-feira, 6 de junho de 2012

MORTE PRECIOSA


MORTE PRECIOSA
“Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”. Sl 116.15

Essa declaração é um escândalo ou um bálsamo; depende da perspectiva teológica de quem a ouve. Se a morte é o fim de tudo e a sepultura o destino final é inaceitável saber que Deus aprecia a morte de seus filhos. Um completo e absoluto escândalo. Todavia, tendo em vista que a morte não é o fim da existência, mas uma breve separação do corpo e da alma, a declaração do salmista é um bálsamo para os filhos de Deus. Para aquele que está em Cristo morrer é “partir e estar com Cristo”. Há esperança da vida eterna não é um devaneio, mas uma fidedigna promessa do Senhor.

A morte dos santos é preciosa aos olhos do Senhor.
O vocábulo santo é empregado aqui no sentido de separado, escolhido. Ao contrário do imaginário coletivo e do ideário popular, santo não é uma referência a uma pessoa perfeita, mas alguém amado e separado por Deus e para Deus. O Senhor ama tão intensamente os seus filhos que se deleita em ter o seu povo consigo. Bendita são as palavras em Marcos 3.14: “E nomeou doze para que estivessem com ele”. O prazer do Senhor é ter a presença dos seus amados. O Senhor Jesus orou: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver também eles estejam comigo, para que vejam a glória que me deste” (João 17.24). 

A morte é o fim das tristezas e sofrimentos dos santos.
Os nossos sofrimentos têm uma razão de existência, pois por muita tribulação devemos entrar no reino de Deus (At 14.22) Todavia, o Senhor não é indiferente a nossa dor e ao nosso sofrimento. Ele sofre conosco. Como disse o profeta: “Em toda a angústia deles foi ele angustiado” (Is 63.9). Embora o passamento de uma pessoa querida seja uma experiência dolorosa para nós, é preciosa para Deus e abençoadora para aquele que agora se vê diante do seu Salvador, livre de todo sofrimento, lágrimas, tristezas e dores. Nessa perspectiva “viver é Cristo, morrer é lucro”. (Fp 1.21)

Esta semana, sentimos o passamento do nosso querido irmão Framínio Aristides Gonçalves, notável advogado e ex-prefeito de Mesquita, membro fundador da nossa igreja e, sobretudo, servo de Jesus Cristo, pregador desta Esperança.
                       Pr. Judiclay S Santos

NOTÍCIAS DA IGREJA EM CUBA (PARTE 1)


PERSEGUIDA, PORÉM VITORIOSA.


Ainda hoje, milhões de cristãos em todo o mundo, sofrem cruel perseguição por causa do evangelho. Há inúmeros irmãos em Cristo sendo presos, maltratados, espoliados e mortos em países hostis à fé cristã.  No entanto, como bem disse Tertuliano, “o sangue dos mártires é a semente da igreja”. A igreja segue vitoriosa, a despeito de ser objeto de ódio e perseguição. 

Desde a minha primeira visita em 2009, tenho visto que Cuba está experimentando um genuíno avivamento. Multidões estão se convertendo ao evangelho, inclusive membros do partido comunista. Visitei um homem em Bayamo, que lutou com Fidel durante a revolução. Hoje, convertido à fé crista, será batizado nos próximos dias. O chefe do departamento de medicina de uma grande Província agora é cristão. A curadora de uma dos mais importantes museus do país também se rendeu ao evangelho. 

         A Convenção Batista de Cuba Oriental reúne mais de 500 igrejas e 900 congregações. Tive o privilégio de pregar na Primeira Igreja Batista de Bayamo, que completou 107 anos de vida. Essa igreja conta com 1026 membros e 27 congregações! 

         É impressionante o que está acontecendo em Cuba. Fizemos um seminário para 307 pastores, alguns rodaram 50, 100 e até 200 km de bicicleta para estudar a Palavra. Foi emocionante vê-los tão sedentos da Palavra e desejosos de aprender mais para melhor servir o  Reino de Deus. 

         Os cristãos cubanos têm muitas necessidades. Muitos não têm uma bíblia e os pastores vivem todo tipo de privação. O salário médio em Cuba é de 15 dólares por mês. Conversei com uma jovem cristã, mestre em economia e professora da Universidade de Gramna que me disse que seu salário é de U$ 24,00 dólares mensais. Não obstante a todas essas dificuldades, não lhes faltam a alegria do Senhor, que é a nossa força. 

         Cristãos brasileiros de várias denominações evangélicas, estão orando em favor da Igreja Perseguida. A Bíblia diz: “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo o vós mesmos também no corpo”. (Hb 13.3). Deus abençoe o seu povo!    

Ore pela Igreja em Cuba! 


                                  Judiclay S Santos

sexta-feira, 11 de maio de 2012

UM BREVE HISTÓRICO DE CUBA



Caros amigos...

No próximo domingo viajo para Cuba, a famosa ilha na América Central. Por aproximadamente duas semanas visitarei as cidades de Santiago de Cuba, Bayamo e Havana (entre outras).

Será uma experiência muito especial pelo menos por duas razões. Primeiro vou ter a oportunidade de voltar a Cuba e ter um novo contato com o povo cubano, sua cultura, sua arte, seus costumes e sua história.

Privilégio maior será rever amigos e irmãos em Cristo. Ficarei alguns dias na cidade do meu amigo, o pastor batista Samuel Columbier, que já esteve no Brasil, inclusive em nossa igreja, compartilhando conosco da comunhão cristã. A despeito de todas as reais restrições existentes, a igreja em Cuba continua viva. O Soberano do universo e Senhor da igreja cria e sustenta os meios necessários para que o seu povo prossiga vitoriosamente. O povo de Deus, em Cuba e em todas as partes do mundo tem recebido a graça necessária para "batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos".

Pretendo a partir de hoje publicar uma série de artigos como uma espécie de diário de uma viagem que espero ser uma experiência positivamente inesquecível.

Segue abaixo uma pequena síntese histórica desse país caribenho singularmente sui generis.

HISTÓRIA
A história de Cuba tem início com o projeto marítimo-mercantil espanhol quando, em 1492, Cristóvão Colombo chegou a essa região da América Central pensando ter alcançado uma pequena ilha do continente. Inicialmente batizada com o nome de Juana – em homenagem ao primeiro filho dos monarcas que controlavam a Espanha – a pequena ilha se transformou em um dos primeiros passos no processo de colonização hispânico que tomaria o restante do continente. Sob tal conjuntura, a colonização de Cuba ocorreu por meio da formação de grandes monoculturas de açúcar e tabaco. Inicialmente, os colonizadores fizeram opção pela exploração da mão-de-obra escrava das populações indígenas que, depois de ser completamente extinta, foi substituída pelos escravos trazidos da Costa Africana. Dessa forma, a ilha centro-americana constituiu mais um foco das desigualdades que marcaram todo passado colonial.

A partir do século XVIII, observamos as primeiras movimentações que deram origem ao processo de independência cubano. No início daquele século, a abrupta elevação dos preços do tabaco no mercado internacional despertou a cobiça da administração hispânica. Com isso, no ano de 1716, os espanhóis impuseram uma lei que definia o monopólio da metrópole sob a comercialização do produto. Insatisfeitos, os “vegueiros” (nome dado aos plantadores de tabaco) lideraram um movimento rebelde, conhecido como a Insurreição dos Vegueiros.

OS PRIMEIROS MOVIMENTOS DE EMANCIPAÇÃO
Curiosamente, quando as colônias espanholas de América conquistaram sua independência (1808-1824), Cuba permaneceu leal governo da metrópole e as diferentes insurreições e conspirações contra o governo espanhol não conseguiram prosperar até 1868. Durante aproximadamente 400 anos a ilha ficou sobre o domínio espanhol.
 
O primeiro movimento de independência de Cuba, a chamada Grande Guerra registrou-se entre 1868 e 1878, também conhecida como Guerra dos Dez Anos, sob a liderança de Carlos Manuel Céspedes, um latifundiário educado na Europa, que defendia os princípios liberais do Iluminismo.

Em 10 de Outubro de 1868, a partir de seu engenho de açúcar, à frente de duzentos homens, Céspedes levantou-se contra o governo espanhol, encabeçando um movimento chamado "República em Armas", proclamando assim a independência de Cuba. Entre as primeiras providências de seu governo, proclamou a liberdade de todos os escravos que se unissem ao exército revolucionário. Essa medida teve como resultado imediato o aumento do seu efetivo para doze mil homens, e a oposição dos demais latifundiários, que se viram privados, por esse meio, de sua mão-de-obra. Enquanto isso, a Espanha ampliava o seu contingente militar na ilha, e Céspedes era deposto em 1873. A resistência, entretanto, prolongou-se até 1878, quando as tropas espanholas retomaram o controle da ilha. A ação repressora das forças espanholas custou milhares de vidas.

Nesse meio tempo, surgiu um novo líder revolucionário: José Martí. Detido aos 16 anos de idade por ter fundado um jornal revolucionário (o La Patria Libre), foi condenado a trabalhos forçados e depois deportado para a Espanha. Livre, viveu no México, na Venezuela e nos Estados Unidos, onde passou a articular uma nova revolução para a independência de Cuba.

Em 1892 fundou o Partido Revolucion'ario Cubano, em busca de recursos para o seu projeto. Desse modo, em 1895 desembarcou em Cuba, dando início a uma nova guerra de independência, na qual pereceu, um mês após iniciado o conflito. Entretanto, mesmo após a sua morte, os combates prosseguiram até1898, quando, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a luta pela independência foi abortada e Cuba passou a ser colonia dos EUA.


 A EXPLOSÃO DO USS MAINE
 
Em 1898, o USS Maine, um navio de guerra americano ancorado em Havana, repentinamente explodiu.  Sem que se soubesse de imediato qual foi a causa, a imprensa e o governo dos Estados Unidos culparam a Espanha. Sob o pretexto da explosão do navio, foi desatada uma guerra contra a Espanha.

O presidente William McKinley assinou a Resolução Conjunta em 20 de abril de 1898, que declarava:
... que o povo de Cuba é e por direito deve ser livre e independente, ... que os Estados Unidos por intermédio da presente declaram não ter vontade nem intenção de exercer soberania, jurisdição ou domínio sobre esta Ilha, exceto para sua pacificação, e assevera sua determinação, quando a mesma seja atingida, de entregar o governo e o domínio da Ilha a seu povo.

A Resolução Conjunta autorizou o presidente a usar a força para eliminar o governo espanhol em Cuba. Assim, os Estados Unidos declararam guerra contra a Espanha, passando a atacar territórios espanhóis quer no Caribe quer no Pacífico, invadindo-os.


DERROTA DOS ESPANHÓIS
 Em 1898, com a vitória dos Estados Unidos sobre a Espanha, os norte-americanos passaram a controlar Cuba e Porto Rico. Derrotados, os espanhóis retiraram-se e os Estados Unidos declararam a independência(?) de Cuba, que se tornou um protetorado americano, sendo nomeado um Governador-Geral pelos EUA, o General norte-anericano John Brooke. O governo estadunidense começou a criar propostas econômicas que beneficiavam apenas aos EUA, como por exemplo, todos os produtos que Cuba produzia eram exportados apenas para os Estados Unidos, a preços baixíssimos, que os revendia por preços maiores.

PROTETORADO ESTADO-UNIDENSE E EMENDA PLATT

 
Cuba permaneceu ocupada pelos Estados Unidos até 1902 sendo liberada depois da aprovação de uma emenda à Constituição cubana que dava o direito, aos Estados Unidos, de invadir Cuba a qualquer momento em que os interesses econômicos dos Estados Unidos fossem ameaçados. A chamada Emenda Platt permaneceu mantendo Cuba um protetorado estado-unidense até 1933. Depois de três anos, concederam independência a ilha, no entanto até hoje matem uma base militar na cidade de Guatánamo.
 
 OS PRIMEIROS ANOS DA INDEPENDÊNCIA  (1902-1959)
Este foi um período marcado pela instabilidade interna do país e pelo predomínio estadounidense plasmado na emenda Platt que outorgava aos Estados Unidos o direito a intervir com suas forças armadas em Cuba em caso de distúrbios. Nem os governos democráticos, nem a ditadura de Gerardo Machado nos anos vinte nem o predomínio de Fulgêncio Batista entre os anos 1933 e 1959 conseguiram dar estabilidade ao país.

GOLPE MILITAR
Em 1933, um golpe militar encabeçado pelo sargento estenógrafo Fulgêncio Batista  derrubou a ditadura de Geraldo Machado. Fulgêncio Batista era mulato e pela primeira vez na história cubana os afro-descendentes chegavam ao poder. Ao se tornar chefe do exército, Batista dominou a situação usando uma orientação (segundo alguns) socialista, portanto oposta às ingerências norte-americanas. 

ELEIÇÃO DE 1940
 Batista foi eleito em 1940 presidente ds República. Promulgou a Constituição Liberal, e em 1952 conduziu novo golpe de Estado apoiado por diversos partidos políticos dentre os quais o Partido Socialista Popular (Partido Comunista Cubano).
Após o golpe de Batista, Cuba progrediu economicamente, porém sua economia ainda era fraca e tinha forte desequilíbrio na distribuição de renda. A ilha, mesmo sendo a maior economia do Caribe, em 1958 era apenas a oitava economia entre os 20 maiores países latino-americanos relativamente ao PIB e um dos mais pobres do caribe, considerando o PIB per capita. Além disto, havia também um grande desequilíbrio entre a área rural e urbana.

A área urbana possuía forte infra-estrutura e o capital proveniente do submundo ítalo-americano (dos Estados Unidos) financiava grande parte da economia. Em 1958, havia um total de 500 prostitutas em Havana, sendo a indústria da prostituição a mais rentável da ilha.

A prostituição, a corrupção e negociatas caracterizaram a era Batista, e, pouco a pouco, a classe média afastou-se do regime. 

REVOLUÇÃO CUBANA
Devido à estrutura politico-econômica seguida por Batista, começou a haver descontentamento das classes média e baixa da população cubana. Na esteira dos protestos, os jovens começaram a se mobilizar e a adquirir idéias revolucionárias descendentes do bloco soviético.
 
MOVIMENTO ESTUDANTIL
Os estudantes, liderados por José Antonio Etcheverria, criaram um Diretório Estudantil Revolucionário que patrocinou um grupo armado e atacou, em março de 1953, o palácio presidencial. Etcheverria foi morto e o diretório disperso. 

FIDEL CASTRO
Outro grupo de estudantes iniciou nova movimentação, liderados por um estudante de Direito chamado Fidel Alejandro Castro Ruz, (Fidel Castro).
Numa ação de guerrilha urbana, o grupo atacou uma guarnição militar chamada de La Moncada. Na ação, alguns dos atacantes foram mortos e Fidel Castro capturado. Julgado, foi condenado a 15 anos de prisão; libertado em seguida por interferência de alguns religiosos, viajou para o México. Lá conheceu um médico argentino comunista chamado Ernesto Guevara, conhecido como Chê.

 
EL CHE – CHE GUEVARA
O guerrilheiro argentino Che Guevara ajudou Fidel na formação de um movimento revolucionário chamado Movimento 26 de Julho, composto de jovens estudantes que iniciaram uma luta contra Batista que durou 25 meses.

Em 7 de Novembro de 1958, Ernesto Guevara Lynch de la Serna, Che Guevara ou el che,começou sua marcha para Havana, capital de Cuba. No dia 1 de janeiro de 1959, Batista põe-se em fuga, acompanhado por todos os dignitários de sua ditadura. Em 1959, Fidel Castro liderou a Revolução Cubana contra do Ditador Fulgencio Batista . Fidel Castro não era comunista, aliás, os comunistas apoiavam Batista e não confiavam em Fidel. Fidel Castro obiliza a juventude cubana e consegue eliminar o analfabetismo - que era de 40 % - em apenas um ano, utilizando-se de cem mil jovens nessa empreitada. Fidel Castro realizou a reforma agrária, desapropriando propriedades dos americanos, indenizados pelo valor que declararam no Imposto de Renda do exercício anterior, muito abaixo do valor real, provocando descontentamento entre os proprietários mais ricos e o que levou os EUA a considerarem o líder cubano um inimigo e tentarem derrubá-lo, treinando ex-militares de Batista para invadir Cuba. Cortaram também a compra do Açúcar Cubano. Isso obrigou Fidel a se aproximar da União Soviética e dois anos mais tarde instaurar um regime ditatorial de orientação marxista e partido único.

 BAÍA DOS PORCOS

 Entre 17 e 21 de Abril de 1961, cerca de 1500 exilados cubanos recrutados, patrocinados e treinados pela CIA dos EUA tentaram uma invasão frustrada na Baía dos Porcos. Foram rechaçados e 300 deles morreram, sendo 1200 aprisionados. Eram a maioria soldados do ex-ditador Batista e, julgados pela multidão no estádio em que foram mantidos presos, quando Fidel perguntou o que fazer com eles a multidão gritou: Paredão! Fidel Castro, entretanto, preferiu tentar trocá-los por tratores, um trator para cada 50 traidores, e devolvê-los à Miami. Não conseguiu os tratores, mas recebeu USS$ 50 milhões em alimentos e medicamentos, pela libertação dos exilados. 

CRISE DOS MISSÉIS DE CUBA
Devido a aproximação das relações do regime cubano com a URSS, que estava em plena Guerra Fria com os EUA, assistiu-se a um aumento de tensão entre os países provocado pelo apoio militar declarado pela URSS.Khurshchov decidiu implementar secretamente um conjunto de mísseis soviéticos em Cuba. Perante a possibilidade de Cuba possuir armas nucleares, de origem russa, que ameaçariam os EUA, Kennedy presidente dos Estados Unidos, ponderou em invadir a ilha ou bombardear as rampas de lançamento (dos mísseis).

Kennedy optou por decretar um embargo naval à ilha o que impede os cargueiros russos de chegar a Cuba.
Khrushchev acabou por ceder e retirou a sua pretensão de possuir mísseis em território cubano em troca do compromisso dos EUA de respeitarem a soberania de Cuba e não invadirem a ilha e desmontar bases de mísseis na Turquia, fato que só foi divulgado recentemente nos EUA. 

EMBARCO ECONÔMICO
Inconformados com a expropiação de corporações americanas e de terras rurais de posse de americanos na ilha cubana com indenização baseada no valor declarado ao Fisco no exercício anterior, ou seja, muito inferior ao real, primeiramente, depois com o fracasso da operação na Baía dos Porcos (1961), os Estados Unidos impuseram um embargo econômico a Cuba, ameaçando cortar relações com qualquer país que fizesse comércio com Cuba. Foi quando a União Soviética entrou em cena, comprando os produtos que seriam exportados caso não houvesse embargo. Isso causou desespero aos americanos, pois ter um país, durante a guerra fria, sob a órbita de influência soviética a 120km de distância era intolerável. Os EUA mantêm o embargo econômico à Cuba até hoje, alegando desrespeito contínuo de direitos humanos pelo regime castrista.

ABERTURA DOS MERCADOS

Com o fim da União Soviética, Cuba acabou por reabrir economicamente o país para o mundo, pois já não dispunha mais do subsídio e sua economia estava em declínio. Porém, dada a força do bloqueio americano, o país vive isolado economicamente, passando por muitas dificuldades.
Atualmente o governo cubano tenta promover algumas algumas aberturas econômicas, embora insista em não abrir mão dos "ideais" socialistas. Raul Castro, segundo alguns cientistas políticos, caminhará na mesma direção da China: Politicamente comunista, mas economicamente aberta ao capital estrangeiro. Será?


No próximo artigo, foi falar sobre a história da igreja em Cuba.

Referências
The Conference Board and Groningen Growth and Development Centre, Total Economy Database, January 2007, http://www.ggdc.net. Dados históricos de PIB <http://www.ggdc.net/dseries/data/ted/ted07I.xls> acessados em 12 de outubro de 2007.