quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA TRINDADE

Por Wayne Grudem, brilhante teólogo
Por que a igreja tanto se ocupou da doutrina da Trindade? Será realmente essencial apegar-se à plena divindade do Filho e do Espírito Santo? Certamente sim, pois esse ensinamento traz implicações para o próprio cerne da fé cristã.
Em primeiro lugar, está em jogo a expiação. Se Jesus é meramente um ser criado, e não plenamente Deus, então é difícil compreender como ele, uma criatura, pôde suportar toda a ira de Deus contra todos os nossos pecados. Será que qualquer criatura, por maior que seja, poderia realmente nos salvar?
Em segundo lugar, a justificação somente pela fé fica ameaçada se negamos a plena divindade do Filho. (Isso se percebe hoje no ensinamento das testemunhas-de-Jeová, que não crêem na justificação somente pela fé). Se Jesus não é plenamente Deus, temos todo o direito de duvidar de que ele de fato possa nos salvar totalmente. Será que realmente podemos confiar com fé absoluta em que uma criatura vá nos salvar?
Em terceiro lugar, se Jesus não é o Deus infinito, será que devemos nos dirigir a ele em oração ou adorá-lo? Na verdade, se Jesus é meramente uma criatura, por maior que seja, seria idolatria adorá-lo – e no entanto o Novo Testamento nos ordena fazê-lo (Fp 2.9-11).
Em quarto lugar, se alguém prega que Cristo foi um ser criado e, mesmo assim, nos salvou, então esse ensinamento atribui erroneamente o mérito da salvação a uma criatura, e não ao próprio Deus. Mas isso conduz ao erro de exaltar a criatura e não o Criador, algo que as Escrituras jamais nos permitem fazer.
Em quinto lugar, a independência e a natureza pessoal de Deus estão em jogo: se a Trindade não existe, então não houve relacionamentos interpessoais dentro do ser divino antes da criação, e, sem relacionamento pessoais, é difícil entender como Deus poderia ser genuinamente pessoal ou como não teria a necessidade da criação para com ela relacionar-se.
Em sexto lugar, a unidade do universo está em jogo: se não há pluralidade perfeita e unidade perfeita no próprio Deus, então também não temos fundamento para pensar que possa existir alguma unidade última entre os diversos elementos do universo. Na doutrina da Trindade, o cerne da fé cristã está claramente em jogo. Bavinck diz que “Atanásio compreendeu melhor do que qualquer dos seus contemporâneos que o cristianismo permanece de pé ou cai com a confissão da divindade de Cristo e da Trindade”. Acrescenta ele: “Na confissão da Trindade pulsa o coração da religião cristã: todo erro resulta de uma visão distorcida dessa doutrina.”

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