segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O CONGRESSO BRASILEIRO VAI PISOTEAR A MEMÓRIA DE SEIS MILHÕES DE MORTOS?

Por Reinaldo Azevedo


Na segunda-feira que vem, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irâ, chega ao Brasil, em visita oficial. Atenção! O convite foi feito pelo presidente Lula e pelo Itamaraty. Shimon Peres, presidente de Israel, teve de praticamente SE convidar para visitar o Brasil. Entendo. É que Peres preside o único país democrático do Oriente Médio, onde Lula nunca esteve. É que ele já demonstrou a sua queda por ditaduras. São poucos os regimes de força do mundo onde ele não deixou seu rastro, dada a obsessão bocó de angariar apoio para obter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Peres foi obrigado a ouvir o conselho de Lula, o sábio, para se entender com o governo do Irã — governo que, notem bem, não reconhece a existência de Israel e fala em varrê-lo do mapa.


Ahmadinejad não é apenas um criminoso de lesa humanidade que nega o holocausto dos judeus. Ele é também o líder de um governo que financia os terroristas do Hezbollah no Líbano e do Hamas nos territórios palestinos. No momento, seu governo desafia o mundo com um programa nuclear secreto. Na política interna, foi reeleito num pleito que até os aiatolás do Conselho da Revolução Islâmica consideraram fraudado. Não obstante, reprimiu os opositores com cadeia, tortura e mortes. Só o “aiatolula” não viu problema nenhum na disputa e ainda considerou que os protestos da oposição do Irã eram coisa de torcedor de futebol que vê seu time perder — com a profundidade e a elegância costumeiras.


Celso Amorim, o Megalonanico, enviou à Câmara e ao Senado um pedido para que o negador do Holocausto e financiador do terror visite as duas Casas. Se houver um mínimo de dignidade por lá, a resposta é “não”. Um Parlamento, quando recepciona um chefe de estado, não concorda com as suas idéias necessariamente, sei disso. Mas o caso de Ahmadinejad não é de “idéias”. Reitero: ele comete um crime — na verdade, dois — de lesa humanidade: 1) quando nega o Holocausto; 2) quando financia o terrorismo.

Se o Congresso brasileiro resolver sapatear sobre a memória de seis milhões de cadáveres, espero que os congressistas que tenham compromisso com a democracia virem as costas para Ahmadinejad. Havendo homens com coragem por ali, que a bandeira de Israel seja aberta em plenário. É preciso que este senhor saiba que, no Brasil, só uma minoria aceita dialogar com suas idéias criminosas.
Gente decente tem de protestar contra a presença deste senhor no Brasil!

Peço que entidades que estejam programando protestos contra a visita de Ahmadinejad me enviem hora e local dos eventos. Faço questão de divulgá-los.

2 comentários:

Jones F. Mendonça disse...

Apesar de ser um país democrático, Israel também tam lá seus podres. O primeiro grupo terrorista da Palestina era judaico!

Não estou nem do lado de Israel e nem do Irã. Estou do lado dos oprimidos. E há oprimidos de ambos os lados...

Judiclay Silva Santos disse...

Caro Jonas, o que está em discussão não é se Israel tem os seus "podres", pois de fato os tem. A questão é que o chefe de Estado do Irã, que funciona no regime de didatura fundamentalista islâmica, tem o explícito desejo de destruir Israel.

O Irã não sabe o que é democracia e o seu presidente, o Mahmud Ahmadinejad, é um dos principais patrocinadores do fundamentalismo religioso.

O antisemitismo é um crime contra a humanidade. Receber esse terrorista com honras de chefe de Estado, mácula a imagem do Brasil perante a comunidade internacional.