terça-feira, 14 de outubro de 2008

OSESP, UM ESPETÁCULO!!!

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo é de arrepiar. Com os olhos marejados e com o coração entusiasmado assisti sua linda e fascinante apresentação. Quem já teve o privilégio de assistir um concerto da OSESP sabe o que estou falando. Reverentemente silenciosa, a platéia se encanta com os angelicais acordes e a perfeita sinfonia com que os músicos tocam seus instrumentos. Com mais de 130 apresentações anuais em sua temporada de concertos, a OSESP é considerada hoje a mais destacada orquestra da América Latina. A excelência dos músicos atrai pessoas do mundo inteiro e os 1500 ingressos disponibilizados esgotam-se em praticamente todas as apresentações.

UMA NOTA HISTÓRICA
“Fundada pelo maestro Souza Lima em 1954, a OSESP alternou períodos de sucesso e de grande dificuldade, inclusive com paralisações nas atividades. Após a passagem do maestro italiano Bruno Roccela, o grupo esteve por 24 anos sob o comando do maestro Eleazar de Carvalho, até sua morte, em 1996. Desde 1997, sob a direção do maestro John Neschling, a Orquestra passou por transformações que a colocaram como um novo referencial de qualidade e excelência nos campos da Arte, da Cultura e da Educação no Brasil”.

Os concertos da OSESP são realizados em sua sede na Sala São Paulo, antiga estação de trens da Estrada de Ferro Sorocabana que abriga hoje o Complexo Cultural Júlio Prestes. A Sala São Paulo é a maior e mais moderna sala de concertos da América Latina. Especialmente construída para receber as melhores orquestras sinfônicas do mundo, a Sala São Paulo tornou-se realidade após o trabalho de recuperação do monumental edifício da Estação Júlio Prestes, construído no estilo Luís XVI, marcado pela sobriedade dos ornamentos e da riqueza dos detalhes. Ao observar a riqueza arquitetônica do prédio, assenti com Arthur Schopenhauer: "A arquitetura é uma música petrificada”. A OSESP na Sala São Paulo é um casamento perfeito entre a música e a arquitetura. Pura e exuberante arte!

UMA NOTA DE ESCLARECIMENTO
O que é uma orquestra? Um moderador de codinome GuitarHouse, em um fórum virtual na internet sobre música, forneceu uma breve e instrutiva explicação acerca de uma orquestra. Vejamos:

A origem da palavra orquestra está no vocabulário grego. ORKHESTRA queria dizer "lugar destinado à dança". No século V a.C., os espetáculos eram encenados em anfiteatros ao ar livre e "orquestra" era o espaço situado imediatamente em frente à área principal de representação, que se destinava às evoluções do coro, que cantava e dançava. Também nesta área ficavam os músicos instrumentistas. Séculos depois, mais propriamente no início do século XVII, na Itália, as primeiras óperas começaram a ser executadas. Como eram imitações dos dramas gregos, o espaço entre o palco e o público, destinado aos músicos instrumentistas, também ficou conhecido como "orquestra". Daí a se batizar o grupo de músicos como ORQUESTRA não demorou muito.
Nos dias de hoje, usamos a palavra ORQUESTRA para designar um grupo de instrumentos que tocam juntos. O número de instrumentos pode variar entre um grande número (ORQUESTRA SINFÔNICA) e um grupo reduzido (ORQUESTRA DE CÂMARA).

O que determina o número de instrumentos é a combinação orquestral pensada pelo compositor para expressar suas idéias musicais e podem ser as mais variadas possíveis.
E a filarmônica? Bem, uma orquestra FILARMÔNICA, na sua origem, em nada difere de uma SINFÔNICA quanto à quantidade de instrumentistas. As duas se diferem apenas na sua natureza, pois as FILARMÔNICAS eram orquestras mantidas por grupos de admiradores, enquanto as SINFÔNICAS são orquestras mantidas pela iniciativa privada ou governamental.

Como toda Orquestra Sinfônica, a OSESP dispõe cinco classes de
instrumentos:
As cordas (
violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas)
As madeiras (
flautas, flautins, oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contrafagotes)
Os metais (
trompetes, trombones, trompas, tubas)
Os instrumentos de percussão (
tímpanos, triângulo, caixas, bumbo, pratos, carrilhão sinfónico, etc.)
Os instrumentos de tecla (
piano, cravo, órgão)

A reunião desses instrumentos todos, tocados com devoção e maestria, produz genuína "música clássica". Embora esse termo seja do início do
século XIX, ele nasceu com o propósito de "canonizar" o período que vai de Bach até Beethoven como uma era de ouro. Um período singular da civilização humana no campo da música. De fato é nessa época que nasce as grandes composições que ao longo desses séculos tem exercido fascínio sobre muitos.

UMA NOTA DISSONANTE
Música clássica soa como nota dissonante para a maioria dos brasileiros. É algo distante da realidade de muitos que vêem uma orquestra como música da elite. Embora, por uma conjugação de fatores, haja uma relação muito estreita entre a música clássica e a “nobreza”, os “plebeus” também podem aprender a apreciá-la. É verdade que "a música está em tudo. Do mundo sai um hino", como acertadamente disse o genial Victor Hugo. É inegável que a música é universal e multiforme. A humanidade, em todos os tempos e em todas as partes, muitas vezes e de muitas maneiras fez música como expressão de sua arte. No entanto, a música clássica tem uma singularidade, uma beleza especial. Ouso dizer que seu som é como eco de música celestial, cujos acordes tocam as cordas da nossa alma.


UMA NOTA DE DESABAFO
É triste, mas o que muitas vezes é chamado de música evangélica ou, pior dizendo, música gospel, é a expressão da mediocridade artistica e teológica. Um atentado à fé e à arte. Lamentavelmente, cristãos como Vivaldi (1678-1741), J. S. Bach (1685-1750) e Handel (1685-1759) são mais conhecidos nos teatros de concerto do que na maioria das igrejas, acostumadas com musiquinha de rádio pirata. Isso é uma pena! É bom lembrar que cultos pobres empobrecem a igreja, e nos atuais círculos evangélicos música e pregação fazem o dueto da miséria, abaixo da linha da pobreza. Boa música é arte que glorifica a Deus e enobrece o ser humano. Como cristãos não podemos nos submeter ao dualismo neoplatônico que cria uma abissal separação entre o espírito e a matéria. A terrível dicotomia, sagrado secular, tem impedido o povo cristão enxergar a vida, em toda a sua plenitude, como “teatro da glória de Deus”.

UMA NOTA DE ENCORAJAMENTO
Vale a pena transpor as barreiras culturais, geográficas, sociais e econômicas e assistir uma orquestra. Considere a possibilidade de aprender a gostar. Faz bem ao corpo e a alma – posso lhe garantir. Boa música é remédio! Até os anjos se encantam ao ver homens e mulheres tocando com tanta beleza, paixão e perfeição. Acordes que glorificam o Deus criador são “sinais da graça”, dizia Antônio Vieira.


Ao querido casal, Jaeder e Tatila Moraes, muito obrigado!

2 comentários:

Gisane Monteiro disse...

Muito bem!! Gostei de ver!!
Um abraço grande!!
Gisane

Anônimo disse...

Que ótimo seu retorno! Eu já estava sentindo falta.

Parabéns pelo seu Blog, ele é excelente e de grande ajuda a todos nós que desfrutamos de tudo que você tem postado.

Paz! faculdade evangelica