sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

UM NOVO ÂNIMO NO ALVORECER DE 2009

O apóstolo Paulo, na menor de suas epístolas, faz um sincero pedido a Filemom: “Reanime o meu coração em Cristo”. (20) Mesmo Paulo, um gigante da fé, estava cansado. Na ocasião ele estava preso em Roma e chama a si mesmo de “Paulo, o velho”. (9) Na esperança de ser libertado em breve, ele também pediu: “Prepara-me um aposento”. (22) Paulo aguardava dias melhores, um novo ânimo e liberdade.

Todo ser humano - santos e pecadores, está sujeito a perder o ânimo, “aquela força motriz que põe tudo em movimento”. O desafio é receber um novo ânimo para continuar a jornada. Moisés, o experiente líder de Israel, deu uma necessária palavra de encorajamento a Josué, seu sucessor na liderança do povo: “Não tenha medo! Não desanime!” (Dt 31.8) Moisés sabia que sem ânimo, não se sai do lugar, não se avança, não se conquista nada.

Muitos chegam exaustos ao final de um ano de muitos desafios. Esse cansaço pode não ser apenas físico – emocional, mas também espiritual. Ninguém é capaz de manter o ânimo em todo tempo e em todas as circunstâncias. É certo que uma boa saúde, uma boa situação financeira, um bom relacionamento familiar podem tornar o desânimo menos freqüente, todavia nossa humanidade nos torna sujeitos ao desânimo.

Se você está desanimado, saiba que Deus é a fonte de todo genuíno ânimo. Pouco importa se a causa é por você conhecida ou não, se é de dentro para fora ou de fora para dentro. Deus pode usar pessoas, como Paulo mesmo pressupõe ao pedir a Filemom; pode mudar situações para lhe dar um novo ânimo no alvorecer de 2008.

Que o bendito e Santo Espírito de Deus, nos ajude a entender e a experimentar as verdades anunciadas pelo profeta Isaías:

“Aos cansados ele dá novas forças e enche de energias os fracos. Até os jovens se cansam, e moços tropeçam e caem; mas os que confiam no Deus Eterno recebem sempre novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.” Isaías 40.29-31


EXISTE MESMO VÍCIO EM INTERNET?

Na Revista Americana de Psiquiatria (American Journal of Psychiatry) de março de 2008, o Dr. Jerald J. Block comenta que a adicção (dependência) da internet parece ser uma desordem mental que merece ser incluída na próxima edição da Classificação Internacional das Doenças usada nos EUA (DSM-V), e mostra resultados de pesquisas nesse sentido. O diagnóstico da desordem que engloba o uso compulsivo-impulsivo de computador, seja on line ou off line, consiste de três subtipos de vício: jogos excessivos, preocupações sexuais e mensagens tipo e-mail ou textos. E qualquer uma dessas modalidades de dependência tem em comum quatro componentes: (1) excessivo uso, freqüentemente associado com perda da noção do tempo ou negligência de necessidades básicas; (2) abstinência, com sintomas de raiva, tensão e/ou depressão quando o computador está inacessível; (3) tolerância, que inclui a necessidade de obter melhores computadores, melhores softwares, ou mais horas de uso, e (4) repercussões negativas, incluindo argumentos, mentiras, isolamento social, pobres realizações e fadiga.
Pesquisas sobre vício com internet têm sido feitas na Coréia do Sul depois que dez pessoas morreram por problema cardíaco quando estavam numa Internet Café (lan house) e após assassinatos muito semelhantes aos que existem em videogames. Naquele país, considera-se a dependência de internet um sério problema de saúde pública. Segundo dados do governo coreano de 2006, aproximadamente 210 mil crianças sul-coreanas entre 6 e 19 anos de idade estão sofrendo disso e requerem tratamento. Talvez 80% precisarão medicamentos e 20% a 24%, internação hospitalar.Um adolescente sul-coreano gasta, em média, 23 horas por semana em jogos na internet e há um aumento do número de jovens que faltam às aulas ou ao trabalho para ficar mais tempo no computador. Por isso, até junho de 2007 eles treinaram 1.043 conselheiros para o tratamento de vício em internet, e estão introduzindo métodos preventivos nas escolas.Na China, de acordo com Dr. Block, 13,7% dos adolescentes chineses se encaixam no diagnóstico de adicção pela internet, o que dá cerca de 10 milhões de jovens.
Nos Estados Unidos, por incrível que parece, ainda faltam dados, porque as pessoas acessam computadores para coisas pessoais muito mais tempo estando em casa, ficando difícil fazer uma estatística apurada. Estima-se que 86% dos viciados em internet apresentem algum outro diagnóstico de desordem emocional classificável clinicamente (sob o ponto de vista médico). Conseqüências desse vício incluem quantidade de sono inadequado, atrasos no trabalho, ignorar obrigações familiares, problemas financeiros e legais, etc.
Como saber se uma pessoa está viciada em internet? Ela precisa responder com um “sim” a cinco das questões abaixo e sem estar num episódio maníaco da doença bipolar:
1. Você se sente preocupado com a internet (fica pensando nas conexões que fez ou nas que pretende fazer)?
2. Sente necessidade de usar a internet cada vez mais tempo a fim de obter satisfação?
3. Tem feito repetidos esforços sem sucesso para tentar controlar, cortar ou parar o uso da internet?
4. Se sente cansado, de mau humor, deprimido ou irritável quando tenta diminuir ou parar o uso da internet?
5. Permanece conectado mais tempo do que havia planejado?
6. Tem comprometido ou arriscado a perda de relacionamentos significativos, trabalho, oportunidades educacionais ou de carreira por causa da internet?
7. Tem mentido para membros de sua família, profissional de saúde ou outros para ocultar a extensão do envolvimento com a internet?
8. Usa a Internet como um meio de escapar de problemas ou para obter alívio de sentimentos de desajuda, culpa, ansiedade, depressão?
Como lutar contra isso? (1) Admitir que existe o problema e estar disposto a mudar; (2) restringir o tempo de uso do computador; (3) avaliar se não se trata de algo secundário a um problema de desenvolvimento (crianças e jovens); (4) pais devem dar bom exemplo não sendo dependentes também de internet ou outra coisa; (5) as crianças e jovens só devem ter acesso à internet após realizar as tarefas da casa e da escola; (6) quebrar o padrão de uso do computador, por exemplo, se a pessoa logo que acorda de manhã vai checar e-mails, ela pode primeiro tomar um banho, tomar o desjejum, ou se logo que chega em casa após o trabalho/escola acessa a internet, ela pode primeiro tomar um banho, jantar...; (7) colocar um “timer” ou relógio com alarme ligado para certa hora, e ao ele disparar, interromper o uso do computador; (8) avaliação psiquiátrica/psicológica para adultos, pois pode estar ocorrendo um transtorno emocional que leva a pessoa ao vício em internet.
Fonte: (Cesar Vasconcellos de Souza, www.portalnatural.com.br)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

GENOCÍDIO HOMOSSEXUAL?

Por Solano Portela
A Folha de São Paulo, neste dia 09 de dezembro de 2008 traz uma carta, no “Painel do Leitor” discutindo notícias recentes sobre assassinatos de homossexuais em uma praça de São Paulo, que vêm sendo correntemente investigados pela polícia. Nela, o missivista fala de um “genocídio de homossexuais” que estaria ocorrendo no Brasil. Obviamente, como cristãos e cidadãos ordeiros dessa nação brasileira, somos contra qualquer assassinato. Acreditamos até que a punição corrente para esses crimes seja por demais suave, quando comparada com as determinações bíblicas que especificam a pena de morte para a retirada da vida de pessoas que são formadas à imagem e semelhança de Deus. No entanto, esse rótulo de “genocídio homossexual” é curioso, estranho e intrigante.

O autor da carta e da expressão é um militante da causa homossexual, de presença amiúde nas páginas dos jornais. Com um currículo impressionante, ele é Chefe do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia; membro da Comissão Nacional de Aids, do Ministério da Saúde (CNAIDS) e do Conselho Nacional de Combate à Discriminação do Ministério da Justiça. Para que não paire a falsa idéia de que ele é prestigiado apenas pelo presente governo, o Sr. Luiz Mott foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Rio Branco pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ele é um dos principais promotores da chamada “lei contra a homofobia” (PLC 122/2006), que tramita no Senado Federal e que já foi alvo de alguns posts neste Blog (veja aqui, aqui e aqui). Promove, também, outras leis semelhantes que estão sendo aprovadas por municípios e estados desse nosso país. Uma das pérolas nauseabundas de sua lavra é um texto no qual coloca em dúvida a historicidade de Jesus, para, a seguir, afirmar que se há qualquer veracidade nos relatos bíblicos, o que sobressai é um Jesus que é sodomita ativo e um apóstolo João como um de seus amantes. Paro por aqui, sem entrar em detalhes mais obscuros e pornográficos de outros textos de sua autoria e promoção. Informo, em adição, que o Luiz Mott tem contestado algumas acusações que tem recebido, em vários blogs, nesta sua página.

Interessa-me, na realidade, analisar a sua expressão e a divulgação freqüente de que atravessamos um “genocídio homossexual” em nosso país. Uma das estatísticas mais utilizadas (faça uma pesquisa no Google) é a de que “a cada três dias um homossexual é assassinado no Brasil” (veja, por exemplo, aqui e aqui). Essa tem sido a principal bandeira para promover o malfadado Projeto de Lei já mencionado, supostamente contra a homofobia. Recentemente, estive em um evento e ouvi um Ministro de Estado repetir essa mesma estatística, sem pestanejar, nem ponderar. A inferência desse número, é que isso retrataria uma brutalidade e ataque intenso aos homossexuais em nosso país. Os gays necessitariam, portanto, da proteção dessa lei contra tal intolerância. Para chegar a esses números, e afirmar que, no Brasil, “tivemos 122 mortes, neste ano, superando o México e os Estados Unidos”, Mott compilou os seus dados através do método duvidoso de referir-se às notícias dos jornais, por inexistência de “estatísticas oficiais”. Segundo Mott, o Brasil atravessa um “homocausto” (trocadilho que procura associar a morte de homossexuais ao Holocausto)!

Repetindo, acredito na lei de Deus e em seus princípios de justiça, bem como na dignidade humana. Repudio, portanto, qualquer tipo de assassinato ou crueldade contra qualquer pessoa. Sobre essas estatísticas e sobre a terminologia que está sendo utilizada, entretanto, pondero o seguinte:

1. Em primeiro lugar, a utilização da expressão “genocídio” é interessante, curiosa e contraditória. A palavra tem a sua origem com o trabalho do judeu polonês, Raphael Lemkin, que protestava as ações dos “atos bárbaros” da Alemanha nazista. Em 1944, ele cunhou o termo em seu livro “O Domínio do Eixo na Europa Ocupada”. Lemkim pegou a palavra grega “genos”, que significa “raça”, “tribo”, “grupo étnico”, unindo-a ao sufixo latino “cidium”, que significa “ato de matar”, “assassinato” - resultando na palavra genocídio, ou seja, o assassinato de uma raça ou de um grupo étnico. Quando um homossexual se refere a assassinatos de homossexuais como sendo “genocídio homossexual”, está atribuindo um determinismo genético ao homossexualismo (equacionando a prática com “raça”, “tribo”, “grupo étnico”). Ocorre que, curiosamente, eles próprios têm se posicionado contra a noção de que existe uma inclinação biológica ou genética à prática. Afinal, uma das grandes bandeiras do movimento gay é sobre “o direito de opção sexual”: ser-se aquilo que se quer ser, em vez de procurar ser aquilo que biologicamente são. Rebelam-se contra a noção de que Deus criou dois sexos, e não três ou quatro. Colocam na pessoa a definição de sua sexualidade, e não no Criador. Pois bem, ao clamar “genocídio”, contradizem-se em sua própria argumentação.

2. Segundo, alguma coisa está sendo perdida nessa estatística. A cada ano, 50.000 brasileiros são assassinados, o que dá 138 brasileiros por dia, ou 414 a cada três dias. Se a questão é que “um homossexual é assassinado a cada três dias”, isso dá 1 a cada 414 pessoas. Ou seja, 0,25% dos assassinatos totais.

3. Ocorre que “... o movimento gay declara que o número de homossexuais na população brasileira atinge o percentual de 10%...”. Juntando essas duas afirmações, se verídicas (procedem, ambas dos grupos gays) chega-se à conclusão que morrem menos homossexuais do que o restante da população (414 x 10% = 41). Isto é, morrem 40 vezes menos homossexuais do que heterossexuais. De acordo com essas estatísticas distorcidas, a melhor forma de escapar com vida, no Brasil, é virar gay.

4. A questão, que essa discussão evita, é que mata-se indiscriminadamente no Brasil e isso não é restrito a um segmento ou grupo em particular. É verdade que falar genericamente dos assassinatos, da falta de lei, da violência contra os cidadãos, não “dá mídia” nem impressiona tanto, quanto as estatísticas do Mott. Por exemplo, o movimento Rio de Paz fez recente manifestação nas praias cariocas apontando a cruel estatística de que somente nos últimos dois anos, na cidade do Rio, há o registro de 9.000 desaparecidos. Destes, 6.300 foram presumidamente assassinados e nunca retornarão aos lares. Vários desses foram mortos com requintes de crueldade, no chamado “micro-ondas”, onde as pessoas condenadas a morrer são colocadas em pneus nos quais toca-se fogo, carbonizando a vítima. Esse “crematório individual”, praticamente impede a identificação dos restos mortais. Isso é um arremedo tropicalizado, mais sofisticado e mais cruel, daquilo que a gang de Winnie Mandela, na África do Sul (conhecida como Mandela Football Club) praticava contra os desafetos (lá, era um pneu, só, em chamas, colocado ao redor do pescoço), nas décadas de 70/80. Antônio Carlos Costa (líder do Rio de Paz) aponta que se fez um escarcéu enorme com 138 ativistas políticos que desapareceram na época do regime militar, mas ninguém aparenta dar a mínima com esses desaparecidos e essa matança indiscriminada de agora.

5. É curioso, portanto, que um grupo específico, manipule dados e formule estatísticas enganosas. É intrigante, que na contabilidade do Sr. Mott, homossexuais só morrem – eles não matam. É surpreendente como realidades são ignoradas, como no caso desses assassinatos mencionados no início deste texto, no Parque dos Paturis, em Carapicuíba ninguém aponta que o principal suspeito, preso em 10 de dezembro de 2008, um ex-PM, aparenta ser igualmente homossexual. Ele procurava encontros naquela localidade (uma das testemunhas informou que esteve com ele em um motel, nas vizinhanças). A mídia Esquece que os “ativos” são igualmente homossexuais. E assim, com essas frases e “estatísticas” de efeito, contando com apoio e projeção governamental, os gays e simpatizantes procuram impor uma lei da mordaça heterofóbica, sob o suposto manto de uma pretensa proteção à violência social que impera em nossas plagas; quando a violência não enxerga cor, raça ou sexo. Pior, ainda, é que essa lei é voltada contra as convicções e liberdades religiosas; contra princípios de acato à instituição da família, em vez de contra criminosos de verdade e assassinos de fato.

A triste realidade é a de que o governo tem abdicado de suas responsabilidades de proteção à vida, como sendo a prioridade número um de suas funções. Sofrer violência não é característica de um grupo específico, mas é conseqüência da impunidade e da omissão do estado. Provavelmente deveríamos formar um grupo: os OHEB – Órfãos Heterossexuais do Estado Brasileiro. Quem sabe conseguimos promulgar uma lei que nos proteja?
Fonte: O temporas, O mores

A BÍBLIA

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e Luz para os meus caminhos. Salmo 119.105

A Bíblia é o livro dos livros. Inspirado por Deus, escrito pelos homens, concebido no céu, nascido na terra, odiado pelo inferno, pregado pela igreja, perseguido pelo mundo e crido pelos fiéis.

A Bíblia é o livro dos paradoxos: é o livro mais lido e o mais desconhecido. É o livro mais amado e o mais odiado. É o livro mais obedecido e o mais escarnecido. É o mais pregado e o mais combatido.

A Bíblia tem sido o farol de Deus na escuridão da história. Ela é o mapa que norteia o caminhante. A Bíblia é o coração de Deus aberto. É o braço de Deus estendido. É a vontade de Deus declarada. Milhões de pessoas têm encontrado na Bíblia a resposta para os seus dilemas.

Na Bíblia os céus e a terra se abraçam. O infinito toca o finito. O eterno invade o temporal. O divino e o humano se encontram.

A Bíblia é a espada do Espírito - poderosa arma de combate contra as hostes inimigas que conspiram contra nós, que com sutilezas vis tentam nos arrastar na correnteza do pecado e nas seduções do mundo.

A Bíblia é o bisturi de Deus que corta e amputa os tumores infectos da alma e cirurgia os abcessos do coração. A Bíblia é o livro de medicina da alma; porque “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. (Sl 19.7).

A Bíblia é fogo que consome as impurezas da nossa vida e queima a pragana que suja a nossa alma. A Bíblia é martelo que quebra as nossas resistências e a dureza pertinaz do nosso coração.

A Bíblia é o livro de Deus. É o livro do céu. É o livro dos livros. É o livro acorrentado que tem trazido livramento. É o livro queimado nas fogueiras que tem tirado vidas das chamas do inferno.

É o livro odiado que tem ensinado o perdão. É o livro que aponta para a salvação, pois tem como tema central o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A MÔNICA NÃO É MAIS A MESMA

A turma da Mônica cresceu, mas certas temáticas continuam as mesmas. No site Turma da Mônica Jovem, o criador dos personagens, Maurício de Souza, justifica a iniciativa: “Há tempos eu tinha vontade de criar esse projeto. E muitos leitores pediam para ver a Turma mais ‘crescidinha’. Depois de estudar e pesquisar muito para unir o estilo mangá com o do nosso estúdio, fiquei bastante feliz com o resultado. Espero que os leitores também fiquem! As histórias serão em preto-e-branco, como nos mangás, cheias de ação, magia, aventura, humor (é claro) e até pitadas de romance. As principais características dos personagens foram mantidas, mas com algumas mudanças absolutamente necessárias para que Turma da Mônica Jovem repita o sucesso da Turminha. ... Além da Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão, aparecem o Franjinha, a Marina e até o Anjinho (espere pra ver como ele ficou). ... Durante um período, vamos sentir a receptividade dos leitores e, com o tempo, pretendemos abordar questões pertinentes à adolescência, como namoros, sexo e até drogas. ...”

Além do visual sexy de alguns personagens, nota-se que a predileção por temas ocultistas e espiritualistas continua na nova revista. Coisa que Maurício já havia feito em edições antigas da turma ainda criança.



A participação dos evangélicos na política brasileira

Há quarenta anos vivíamos o fim de um paradigma: a hegemonia das igrejas históricas no protestantismo no Brasil, e um “destino manifesto” civilizatório (protestantismo = democracia + progresso). O Estado Laico, os colégios inovadores, a ética do trabalho e do abandono dos vícios caminhavam juntos nessa construção, com os nossos intelectuais orgânicos e a ação aglutinadora da Confederação Evangélica. A “derrota dos comunistas”, em março de 1964, fora lida como resultado do Dia Nacional de Jejum e Oração liderado por setores “renovados” em 15 de novembro de 1963, que também abandonaram o seu passado e fizeram as pazes com o autoritarismo, cooptados pelo regime. Mais do que o adesismo de uma minoria de inocentes úteis, áulicos ou oportunistas, a ideologia que vivia a triunfar é a da alienação: “política não é lugar para crente”. A ideologia do “destino manifesto” civilizatório foi esquecida, desconhecida pelas novas gerações. Concentramo-nos em debates sobre o milênio e a tribulação, pois, quando não se atua neste mundo, se pensa no “outro” mundo. A construção de um pensamento evangélico latino-americano foi deixada de lado, pela importação de correntes teóricas e dos setores mais conservadores dos Estados Unidos. O evangelicalismo das missões viu triunfar o fundamentalismo.
Nesse regime militar, nova geração (a maioria de igrejas históricas) retomaria a reflexão e a ação, dentro dos espaços da pastoral estudantil, das agências de serviço, das escolas de pensamento, em ministérios não-denominacionais. A Teologia da Missão Integral foi uma lufada de ar fresco em um contexto estéril, preocupado com a “salvação das almas”. Desse espaço sairiam os criadores de movimentos apontando para a responsabilidade social e política dos cristãos, em campanhas como “Evangélicos pela Constituinte”, “Diretas Já”, eleições presidenciais de 1989, “Fora Collor”, e na proposta do MEP; do setor pentecostal -- que não tinha passado de engajamento -- se desenvolveu a noção de “candidaturas oficiais”, sob o lema “Irmão vota em irmão!”. Retornamos à ordem constitucional, as eleições se tornaram uma rotina, a imprensa e a cátedra são livres, bem como a sociedade civil. As regiões continuam desiguais; não foi fechado o fosso que separa os privilegiados dos apenas incluídos, dos marginalizados e excluídos.
A hegemonia pentecostal/renovada foi breve, atropelada pelo “neo-pós-isso-pseudo-pentecostalismo”, com a teologia da prosperidade, individualista, com os “filhos do Rei” confundindo consumismo com bênçãos. Pode-se falar em um crescimento quantitativo (e com sinais de mobilidade social ascendente) sem correspondência com a dimensão qualitativa, inclusive no espaço público. O “crescimento” não implicou a formação de cidadãos mais éticos e responsáveis, nem a redução dos males nacionais.
Para o evangélico médio, política é sinônimo de partidos e eleições. Daí o “avivamento” cíclico da profusão de candidaturas, desde as “oficiais” às resultantes de “profecias”, de níveis aquém do desejado e de resultados eleitorais cada vez mais escassos. Se o crente comum não recebe ensino sobre como fazer diferença na vida em sociedade, aqueles que ocupam posições nos poderes do Estado são, em geral, carentes de uma proposta diferenciadora ou de uma ética superior. Com a crise das ideologias e a ausência de nitidez dos partidos políticos, os evangélicos, quando se filiam, o fazem já especialmente naqueles menos nítidos, pois sua atuação é individualista e corporativa (em defesa do bem particular das igrejas, e não do bem comum da sociedade). Permanece a ausência de estudos bíblicos sobre ética social, história do pensamento cristão ou história política da igreja. Não havendo o conhecimento acumulado necessário para a reflexão sobre a conjuntura atual, além da não utilização das ferramentas das Ciências Humanas, a ação social (quando ocorre) raramente ultrapassa a dimensão do assistencialismo, ou da instrumentação para o “crescimento da Igreja”, sem relação com um conceito mais amplo de missão ou com uma noção mais bíblica do Reino de Deus. Como segmento expressivo, em disputa de hegemonia entre pentecostalismo/renovacionismo e o neo/pós/isso/pseudo-pentecostalismo, há de se reconhecer que o abandono dos vícios, a ética do trabalho, a valorização da família e o associativismo eclesiástico têm devolvido dignidade e qualidade de vida a milhares de brasileiros. O legalismo-moralismo da santidade passiva, a eclesiologia-gueto e a ausência de uma docência de um discipulado encarnado, não têm levado renascidos a ser o sal e a luz. A História nos tem mudado, mas não sabemos quanto temos mudado a História. A pauta para nosso testemunho cidadão, não decorre apenas da nossa História, da nossa cultura, e da nossa conjuntura, mas de um mundo exterior globalizado, onde não somente o Islã e o esotérico, mas o secularismo militante nos ameaça de fora, enquanto o liberalismo teológico vai abrindo as portas para os mesmos do lado de dentro. Como reagiremos a esses novos desafios?
• Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política -- teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo -- desafios a uma fé engajada.http://www.dar.org.br/