O bispo John Ryle disse que “existe um mistério nessas palavras que nenhum
mortal é capaz de sondar.” Lutero, o gigante do protestantismo perguntou: “Deus
abandonando Deus, quem pode compreender isto”? De fato é uma pergunta sem
igual.
Estudiosos afirmam que a coisa mais terrível na crucificação eram os
gritos de desespero das vítimas. Pessoas crucificadas gritavam em alta voz.
Eram gritos de dor, de desespero e de raiva. A morte na cruz era “sadismo
legalizado”, disse Sêneca. Mas o grito de Jesus não foi de dor, nem de raiva e
muito menos de desespero. O grito de Jesus foi de alguém abandonado por Deus.
Leiamos o que diz Sproul, em seu livro, A Verdade da
Cruz
“Tenho ouvido sermões sobre pregos e espinhos. Com
certeza, a agonia física da crucificação foi algo terrível. Todavia, milhares
de pessoas sofreram morte de cruz e outras tiveram mortes mais excruciantes e
mais dolorosas do que aquela. Mais somente Um recebeu a plena medida da
maldição de Deus enquanto esteve na cruz. Na cruz ele estava no inferno,
destituído da graça e da presença de Deus, totalmente separado de toda bênção
do Pai. Esta é a realidade categórica: se Deus não tivesse abandonado Jesus na
cruz, ainda estaríamos em nossos pecados”.
Maldição é o oposto de bênção. Maldição é o Senhor
virar as suas costas para uma pessoa e trazer juízo sobre ela. Toda ira de Deus
foi derramada sobre Jesus, porque naquela cruz ele se tornou um amaldiçoado em
nosso lugar. Para que fôssemos aceitos por Deus, Cristo teve que ser abandonado
por Ele.
Jamais devemos nos esquecer que a cruz é a maior
expressão da ira de Deus contra o pecado e ao mesmo tempo é o estandarte
supremo do seu amor. A cruz revela que Deus é justo e não poderia deixar impune
o transgressor da lei. A cruz é bandeira do amor de Deus pela humanidade, pois
foi por meio do sacrifício do Filho de Deus que fomos salvos, gratuitamente.
“Aquele que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que
Nele, fôssemos feitos justiça de Deus” 2 Co 5.21 Glória a Deus ao Eterno!
Pr. Judiclay Santos
2 comentários:
Na verdade, a frase é de um salmo (Salmo 22). No qual há a profecia da vinda de Cristo e da crucificação: "Cães numerosos me rodeiam, e um bando de malfeitores me envolve, furando as minhas mãos e os meus pés."
Veja uma linda explicação (se souber ler em inglês) no jornal National Catholic Register:
http://www.ncregister.com/blog/pat-archbold/my-god-my-god.-why-hast-thou-left-the-gun-and-taken-the-canoli/
Atenciosamente,
Pedro Erik
Obrigado Pedro. Gostei muito do texto que vc indicou. Abraços!
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