Já há algum tempo a discussão sobre a mudança climática chegou ao cinema e à televisão, principalmente na forma de documentários. Mas o palco de teatro ainda é território estranho para debates sobre o tema, apesar do grande interesse popular. Isto agora parece estar mudando. Ao menos na Europa. Na Alemanha, algumas peças já foram escritas, inclusive para o público infanto-juvenil. E na Grã-Bretanha, no próximo mês, duas grandes companhias de teatro estreiam em Londres textos que têm como centro a questão do aquecimento global. A primeira, “The Heretic” (“O Herege”, em tradução livre) será encenada pela Royal Court Theatre e terá como centro a vida de uma cientista, Dr. Diane Cassal, que se encontra em desacordo com a visão científica compartilhada pela maioria dos seus colegas. A sinopse da peça traz a questão: “Poderia a ideia de que o aquecimento global é causado pelo homem ter se tornado a religião mais atraente do século 21?”
A outra é “Greenland” (“Groenlândia”, em tradução livre) será encenada pela renomada Royal National Theatre e está sendo chamada também de peça/documentário. De acordo com o próprio site da companhia, o texto foi criado em conjunto por quatro dramaturgos que entrevistaram ao longo de seis meses figuras centrais do mundo das ciências, da política, dos negócios e da filosofia “em um esforço para tentar entender” o assunto “mais urgente da atualidade”.
Esta não é a primeira vez que uma peça sobre o aquecimento desembarca nos palcos londrinos. Em 2009, “The Contingency Plan” (“Plano de Contingência”) fez relativo sucesso. Mas é a primeira vez na Grã-Bretanha que duas grandes companhias investem no assunto de maneira simultânea.
E um artigo do crítico de teatro Robert Butler indica os prováveis motivos da demora da chegada do tema ao teatro no país. Segundo ele, primeiro, é necessário esclarecer conceitos relativamente complexos para um público leigo, problema enfrentando por qualquer dramaturgo que se aventure por temas do mundo das ciências. Mas além desta dificuldade, escrever uma peça sobre os efeitos das mudanças climáticas também impõe o desafio de criar tensão em relação a um evento que só acontecerá no futuro.
O que acontece em lugares remotos, como a Antártica, pode alterar o rumo dos acontecimentos na Grã-Bretanha em algumas dezenas de anos. Nada imediato e local como o drama originado por uma guerra ou uma epidemia, por exemplo.
“Greenland” e “The Heretic” parecem ter superado esta primeira barreira, atraindo o investimento de duas renomadas companhias teatrais britânicas. Resta saber como o público vai reagir e que tipo de desdobramento o surgimento de peças sobre o aquecimento global pode vir a ter. Os textos vão incentivar mudanças de comportamento e assumir um tom de campanha, como acontece com vários documentários? Ou as mudanças climáticas servirão somente como pano de fundo para tramas convencionais?
(BBC Brasil)
Nota: É interessante notar a intenção de tornar mais popular a discussão em torno do aquecimento global e a possibilidade de que a iniciativa assuma “tom de campanha” para “criar tensão”. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a peça “The Heretic”, já que ela procura revelar a “religião” (ECOmenismo) que se criou em torno do aquecimento global supostamente causado principalmente pelo homem. Note que o cientista que procura denunciar esses interesses escusos, “religiosos” por trás do assunto é considerado “herege”. Daqui a pouco, os céticos do aquecimento global antropogenicamente causado poderão ser chamados, também, de hereges, pois, embora concordem que a natureza deva ser preservada, discordam dos métodos de “salvamento” do planeta e dos interesses políticos/religiosos nos bastidores dessa grande encenação que cheira a engenharia social. Quem viver verá o gran finale desse drama.[MB]
A outra é “Greenland” (“Groenlândia”, em tradução livre) será encenada pela renomada Royal National Theatre e está sendo chamada também de peça/documentário. De acordo com o próprio site da companhia, o texto foi criado em conjunto por quatro dramaturgos que entrevistaram ao longo de seis meses figuras centrais do mundo das ciências, da política, dos negócios e da filosofia “em um esforço para tentar entender” o assunto “mais urgente da atualidade”.
Esta não é a primeira vez que uma peça sobre o aquecimento desembarca nos palcos londrinos. Em 2009, “The Contingency Plan” (“Plano de Contingência”) fez relativo sucesso. Mas é a primeira vez na Grã-Bretanha que duas grandes companhias investem no assunto de maneira simultânea.
E um artigo do crítico de teatro Robert Butler indica os prováveis motivos da demora da chegada do tema ao teatro no país. Segundo ele, primeiro, é necessário esclarecer conceitos relativamente complexos para um público leigo, problema enfrentando por qualquer dramaturgo que se aventure por temas do mundo das ciências. Mas além desta dificuldade, escrever uma peça sobre os efeitos das mudanças climáticas também impõe o desafio de criar tensão em relação a um evento que só acontecerá no futuro.
O que acontece em lugares remotos, como a Antártica, pode alterar o rumo dos acontecimentos na Grã-Bretanha em algumas dezenas de anos. Nada imediato e local como o drama originado por uma guerra ou uma epidemia, por exemplo.
“Greenland” e “The Heretic” parecem ter superado esta primeira barreira, atraindo o investimento de duas renomadas companhias teatrais britânicas. Resta saber como o público vai reagir e que tipo de desdobramento o surgimento de peças sobre o aquecimento global pode vir a ter. Os textos vão incentivar mudanças de comportamento e assumir um tom de campanha, como acontece com vários documentários? Ou as mudanças climáticas servirão somente como pano de fundo para tramas convencionais?
(BBC Brasil)
Nota: É interessante notar a intenção de tornar mais popular a discussão em torno do aquecimento global e a possibilidade de que a iniciativa assuma “tom de campanha” para “criar tensão”. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a peça “The Heretic”, já que ela procura revelar a “religião” (ECOmenismo) que se criou em torno do aquecimento global supostamente causado principalmente pelo homem. Note que o cientista que procura denunciar esses interesses escusos, “religiosos” por trás do assunto é considerado “herege”. Daqui a pouco, os céticos do aquecimento global antropogenicamente causado poderão ser chamados, também, de hereges, pois, embora concordem que a natureza deva ser preservada, discordam dos métodos de “salvamento” do planeta e dos interesses políticos/religiosos nos bastidores dessa grande encenação que cheira a engenharia social. Quem viver verá o gran finale desse drama.[MB]
FONTE: Criacionismo (http://www.michelsonborges.com/)
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