sexta-feira, 5 de março de 2010

POR CRISTO, ESTOU PRONTO ATÉ PARA MORRER!


A igreja de Cristo, desde o início, sobretudo nos três primeiros séculos, foi objeto de intensa e cruel perseguição. Mas apesar de sofrer estigmas e ser marginalizada, a igreja cresceu chegando até os confins da terra. Milhões de pessoas confessaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador, e o fizeram, conscientes de todos os riscos dessa confissão. O notável historiador da igreja Philip Schaff nos ajuda a entender como se deu esse impressionante crescimento.


“Não havia sociedades missionárias, nem instituições missionárias, nenhum esforço organizado nos três primeiros séculos; e em menos de 300 anos a população toda do império romano, que representava o mundo civilizado, foi nominalmente cristianizada. Cada congregação foi uma sociedade missionária, e cada cristão um missionário inflamado pelo amor de Cristo para converter seu amigo. Cada cristão contou a seu próximo, o trabalhador ao seu companheiro de trabalho, o escravo a seu amigo escravo, o servo a seu mestre e mestra, a história da sua conversão, como um marinheiro conta a história do resgate de um naufrágio”.




Cada cristão via a si mesmo como um missionário. Aqueles irmãos causaram um enorme impacto no mundo pelo fato de levar a sério o mandato missionário: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15) Na mentalidade e prática dos primeiros cristãos, a proclamação do evangelho não era opcional ou restrita a alguns. O pecado de transferir responsabilidades era não era comum. Eles não cogitavam a idéia de terceirizar o que o Senhor havia confiado a cada um deles em particular. Todos tinham consciência do dever e do privilégio de que eram ministros da nova aliança que atuavam como embaixadores de Deus no mundo anunciando a reconciliação por meio de Cristo.


A realidade hoje é outra. Em uma época caracterizada pelo o hedonismo, onde cada pessoa busca a sua felicidade acima de tudo e de todos, é cada vez mais raro encontrar pessoas cujo ideal seja dar a sua vida por uma causa ou por uma pessoa. No passado, fascinadas por certas ideologias, as pessoas se sacrificavam por um ideal. Na pós-modernidade, isso de se dá por uma causa ou pessoa, já não encontra espaço. Talvez isso explique porque 95 % dos crentes nunca ganharam uma pessoa para Cristo.


A falta de zelo e paixão pela obra missionária denuncia a preocupante condição da igreja de hoje. Como dizia Andrew Murray: “Quando buscamos saber por que, com tantos milhões de cristãos, o verdadeiro exército de Deus que está enfrentando os exércitos da escuridão é tão pequeno, a única resposta é: falta de coração e entusiasmo. O entusiasmo pelo reino de Deus está faltando, porque há tão pouco entusiasmo pelo Rei”.


Wilson Sarli conta um fato que ocorreu na guerra russo-japonesa. Em algum momento da ofensiva, os soldados japoneses se depararam com uma cerca de arame farpado, colocada ali pelos soldados russos para dificultar o avanço das tropas inimigas. Diante daquele obstáculo, o comandante, num apelo dramático, convocou voluntários para remover aquela cerca, dizendo-lhes: “Esta é uma chamada de morte...”. “Vocês não levarão consigo fuzis, apenas tesouras. É possível que, quando estiverem removendo o obstáculo, a metralhadora do inimigo os dizime, mas tenham a certeza de que os exércitos japoneses passarão por cima dos seus cadáveres para a vitória”.


Então fez um apelo: “Todos aqueles que amam seu imperador, que estão dispostos ao sacrifício, dêem um passo à frente”. Emocionado, o moço disse-lhe: “Todos os soldados deram um passo à frente”.


Concluindo a narrativa, aquele jovem japonês olhou para seu amigo cristão e fez uma tocante declaração: “Se vocês, cristãos, amassem Jesus Cristo como amamos nosso imperador, há muito que teriam ganhado o mundo para Ele”.


De fato, a “A falta de entusiasmo pelo Reino é um sinal de falta de amor pelo Rei”.


Os discípulos de Jesus Cristo receberam do seu Senhor o mandato de anunciar o evangelho. É nosso dever oferecer a própria vida na propagação do Reino de Deus e assim glorificar aquele que nos amou e por nós quis morrer.


O apóstolo Paulo, o bandeirante do evangelho, foi grandemente usado por Deus e permanece como um excelente exemplo de serviço diligente que glorifica a Deus.


Em sua viagem a Jerusalém ao chegar à cidade de Cesaréia, os irmãos começaram a chorar ao considerar a iminente prisão de Paulo. Lucas registra as palavras do apóstolo, que na verdade revelam o coração de um homem que amava o Senhor sobre todas as coisas e fazia tudo para promover a glória de Deus.


Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. Atos 21.13


Estou pronto até para morrer! Essa prontidão para ir até as últimas conseqüências a fim de glorificar o nome do Senhor Jesus é o que determina o avanço ou a estagnação da obra missionária.

Um comentário:

Judiclay Silva Santos disse...

Olá Isaías. Obrigado pelo apreço. Espero que os artigos postados no blog sejam úteis aos bons leitores como você.