Por Judiclay Santos
A igreja de Cristo, desde o início, sobretudo nos três primeiros séculos, foi objeto de intensa e cruel perseguição. Mas apesar de sofrer estigmas e ser marginalizada, a igreja cresceu chegando até os confins da terra. Milhões de pessoas confessaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador, e o fizeram, conscientes de todos os riscos dessa confissão. O notável historiador da igreja Philip Schaff nos ajuda a entender como se deu esse impressionante crescimento.
“Não havia sociedades missionárias, nem instituições missionárias, nenhum esforço organizado nos três primeiros séculos; e em menos de 300 anos a população toda do império romano, que representava o mundo civilizado, foi nominalmente cristianizada. Cada congregação foi uma sociedade missionária, e cada cristão um missionário inflamado pelo amor de Cristo para converter seu amigo. Cada cristão contou a seu próximo, o trabalhador ao seu companheiro de trabalho, o escravo a seu amigo escravo, o servo a seu mestre e mestra, a história da sua conversão, como um marinheiro conta a história do resgate de um naufrágio”.
Cada cristão via a si mesmo como um missionário. Aqueles irmãos causaram um enorme impacto no mundo pelo fato de levar a sério o mandato missionário: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15) Na mentalidade e prática dos primeiros cristãos, a proclamação do evangelho não era opcional ou restrita a alguns. Todos tinham consciência do dever e do privilégio de pregar o evangelho. Esses irmãos atuavam como ministros da nova aliança e embaixadores de Deus no mundo. Mas hoje, qual é a realidade?
A situação hoje é outra, completamente diferente. A falta de zelo e paixão pela obra missionária denuncia a preocupante condição da igreja contemporânea. Como dizia Andrew Murray: “Quando buscamos saber por que, com tantos milhões de cristãos, o verdadeiro exército de Deus que está enfrentando os exércitos da escuridão é tão pequeno, a única resposta é: falta de coração e entusiasmo. O entusiasmo pelo reino de Deus está faltando, porque há tão pouco entusiasmo pelo Rei”.
A paixão pela proclamação do evangelho e o zelo pela glória de Deus andam de mãos dadas. Se quisermos avaliar o nível do nosso amor por Deus devemos levar em consideração nosso envolvimento com a propagação do seu Reino.
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