terça-feira, 17 de maio de 2011

DO DESARMAMENTO AO TOTALITARSIMO


Caros leitores, leiam o excelente artigo de Bene Barbosa. Considerem as raízes e as implicações da campanha do desarmamento. Você também pode assistir o vídeo reproduzido no Jornal da Band que denuncia com muita propriedade essa sandice ideológica do desarmamento.

Por Bene Barbosa

Nos últimos dias, a notícia que o ator Wagner Moura, que protagonizou o conhecido filme Tropa de Elite no personagem Capitão Nascimento, iria emprestar sua voz para a campanha de desarmamento pululou em vários jornais e nas redes sociais.

Não sei como foi feita essa negociação entre o governo e o ator, se foi convidado, contratado ou se alistou. Acho até que ele não ganhará nada para fazer tal propaganda, que vale lembrar, é propaganda requentada, aquela que fala em bala perdida, como se fosse o cidadão honesto o responsável pelos tiroteios entre policiais e criminosos.

Imaginando que nem todos são movidos apenas pelo vil metal e que ele não cobrará por isso, ficaria claro então que Wagner Moura realmente acredita na benesse de tal campanha. Acredita que haverá mais segurança se todos os aposentados e viúvas entregarem suas armas, pois esse é o perfil predominante daqueles que o fazem. Pouco provável que seja isso. Explico.

Relendo velhas entrevistas do Capitão Nascimento, ou melhor, do ator Wagner Moura, é possível com bastante precisão montar um perfil de seu posicionamento ideológico e, acreditem, isso não passa nem perto do pacifismo. Numa entrevista para a Folha de São Paulo em 2007 há um pequeno trecho mais do que revelador, que aqui reproduzo:

"E eu ainda acredito na esquerda, não na boba, utópica, mas em um Estado intervencionista. Acho o liberalismo uma coisa perigosa. Deixar as coisas andarem nas mãos da iniciativa privada é perigoso. O Estado tem que ter poder."

Está ai a explicação! Wagner Moura acredita no desarmamento como a instituição do monopólio da força nas mãos do Estado, onde o cidadão deve ser guiado como uma ovelha pelo onipresente "grande irmão". Cumpre-nos lembrar ao ator que o perigo maior sempre está exatamente em um Estado que institui o monopólio da força. Isso não acabou nada bem em países como a Alemanha nazista, a antiga URSS ou o carcomido regime de Fidel Castro.

E qual seria a estratégia do Ministério da Justiça ao convocar o Capitão Nascimento? Simples e óbvio: mesmo contra a vontade do ator e dos produtores do filme, o Capitão Nascimento virou um herói nacional, um ídolo para muitos. "Ora, se até o Capitão Nascimento está falando que é melhor entregar, então é melhor mesmo" imaginam eles. Um pensamento típico daqueles que acreditam que estão lidando com uma nação de criancinhas sem capacidade de raciocínio, de distinguir o que é real e o que é cinema! Será que não aprenderam nada mesmo no referendo de 2005? Acreditem, nem com saco na cabeça a sociedade brasileira vai abrir mão deste direito.


2 comentários:

Daniel Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel Lima disse...

Amado Pastor,

Com a devida permissão, em seu último post, no qual brilhantemente expôs uma visão(Na qual me filio) sobre a oportunista Campanha de Desarmamento, o senhor utilizou uma expressão que pode causar alguma confusão nos leitores do blog.
O monopólio do uso da força é uma característica do Estado Soberano, esteja ele vivendo no regime que for ou na forma de governo que escolheu. Esta expressão não se refere a autodefesa como na discussão sobre o desarmamento, mas refere-se a vedação legal a autotutela, ou seja, o cidadão pode se defender de uma grave ameaça ou injusta agressão sofrida, sendo lhe vedado apenas fazer justiça com as próprias mãos.
Esta expressão é uma definição Weberiana sobre o estado moderno. Max Weber inclusive possui uma série de argumentos interessantes, alguns até teológicos, no seu livro Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.

Daniel Lima, um leitor quase sempre anônimo de seu blog, mas sempre assíduo!!!