Sexta-feira, uma cristã paquistanesa de apenas 12 anos morreu, como resultado de tanta violência física impetrada por seu empregador, um rico advogado islâmico em Lahore. O caso levou a vários protestos da comunidade cristã, que protestou em frente à Assembleia Regional de Punjab em Lahore. Até o próprio presidente paquistanês Zardari prometeu compensar a família.
Uma ONG protestante, Sharing Life Ministry Life (SLML), informou o caso que Shazia Bashir, 12 anos, estava empregada pelos últimos oito meses como empregada doméstica na residência de Chaudhry Muhammad Naeem, um advogado e ex-presidente da Associação dos Bares de Lahore.Cristãos locais disseram que, neste tempo, a garota foi vítima de constantes assédios, e que ela foi estuprada e torturada antes de ser morta. O coordenador chefe da SLML, Sohail Johnson, disse que a garota não recebia sequer o salário combinado (de apenas cerca de US$12).
O ativista cristão disse que a garota era insultada sempre que cobrava o pagamento.Três dias antes de sua morte, seu empregador a torturou. Depois, ele tentou tratá-la em sua casa sem informar à sua família sobre o seu real estado de saúde. Por fim, o tratamento que seu empregador deu não deu certo e ela teve que ir ao Hospital Meo, em Lahore."Não foi permitido que os pais de Shazia a vissem. Eles não sabiam o que estava se passando", disse Razia Bibi, a tia de 44 anos da jovem morta.Então, na sexta-feira, Shazia morreu.
Sohail Johnson ainda disse que seu corpo mostrava sinais de tortura com pelo menos 12 marcas de ferimentos. "Shazia entrou no hospital com a mandíbula quebrada", acrescenta Johnson. Inicialmente, a família de Chaudhry Muhammad Naeem tentou subornar a família de Shazia com cerca de US$250, a fim de que a família de Shazia não o denunciasse. Eles fugiram, mas foram presos ontem, sob pressão do governo federal.
Sohail Johnson mostrou outro caso bastante triste: 99% das garotas cristãs de famílias pobres são contratadas por ricos muçulmanos, e muitas vezes são abusadas fisicamente, psicologicamente e sexualmente. "Em alguns casos, seus empregadores as casam com funcionários muçulmanos, e as convertem ao Islão pela força". "Estas garotas cristãs vulneráveis não tem qualquer proteção do Estado. Nós pedimos ao governo que assegure a proteção destas garotas desfavorecidas", o coordenador da SLML disse.
O presidente do Paquistão Asif Ali Zardari prometeu uma compensação de cerca de US$ 6.000 para a família da garota e urgiu que o governo de Punjab oferecesse ajuda financeira também. O dinheiro cobrirá o funeral de Shazia Bashir, que já deve ter acontecido hoje, em Lahore.
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