O primeiro movimento de independência de Cuba, a chamada Grande Guerra registrou-se entre
1868 e 1878, também conhecida como Guerra dos Dez Anos, sob a liderança
de Carlos Manuel Céspedes, um latifundiário educado na Europa, que
defendia os princípios liberais do Iluminismo.
Em 10 de Outubro de 1868,
a partir de seu engenho de açúcar, à frente de duzentos homens,
Céspedes levantou-se contra o governo espanhol, encabeçando um movimento
chamado "República em Armas", proclamando assim a independência de
Cuba. Entre as primeiras providências de seu governo, proclamou a
liberdade de todos os escravos que se unissem ao exército
revolucionário. Essa medida teve como resultado imediato o aumento do
seu efetivo para doze mil homens, e a oposição dos demais
latifundiários, que se viram privados, por esse meio, de sua
mão-de-obra. Enquanto isso, a Espanha ampliava o seu contingente militar
na ilha, e Céspedes era deposto em 1873.
A resistência, entretanto, prolongou-se até 1878, quando as tropas
espanholas retomaram o controle da ilha. A ação repressora das forças
espanholas custou milhares de vidas.
Nesse meio tempo, surgiu um novo líder revolucionário: José Martí. Detido aos 16 anos de idade

por ter fundado um jornal revolucionário (o La Patria Libre), foi
condenado a trabalhos forçados e depois deportado para a Espanha. Livre,
viveu no México, na Venezuela e nos Estados Unidos, onde passou a
articular uma nova revolução para a independência de Cuba.
Em 1892 fundou o Partido Revolucion'ario Cubano, em busca de recursos para o seu projeto. Desse modo, em 1895
desembarcou em Cuba, dando início a uma nova guerra de independência,
na qual pereceu, um mês após iniciado o conflito. Entretanto, mesmo após
a sua morte, os combates prosseguiram até1898,
quando, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a luta pela
independência foi abortada e Cuba passou a ser colonia dos EUA.
A EXPLOSÃO DO USS MAINE
Em 1898, o USS Maine, um navio de guerra americano ancorado em Havana,
repentinamente explodiu. Sem que se soubesse de imediato qual foi a
causa, a imprensa e o governo dos Estados Unidos culparam a Espanha.
Sob
o pretexto da explosão do navio, foi desatada uma guerra contra a Espanha.

O
presidente William McKinley assinou a Resolução Conjunta em 20 de abril de
1898, que declarava:
... que o povo de Cuba é e por direito deve ser livre e independente, ... que
os Estados Unidos por intermédio da presente declaram não ter vontade nem
intenção de exercer soberania, jurisdição ou domínio sobre esta Ilha, exceto
para sua pacificação, e assevera sua determinação, quando a mesma seja
atingida, de entregar o governo e o domínio da Ilha a seu povo.
A Resolução Conjunta autorizou o presidente a usar a força para eliminar o
governo espanhol em Cuba. Assim, os Estados Unidos declararam guerra contra a
Espanha, passando a atacar territórios espanhóis quer no Caribe quer no
Pacífico, invadindo-os.
DERROTA DOS ESPANHÓIS
Em 1898, com a vitória dos Estados Unidos sobre a Espanha, os
norte-americanos passaram a controlar Cuba e Porto Rico. Derrotados, os
espanhóis retiraram-se e os Estados Unidos declararam a independência(?) de
Cuba, que se tornou um protetorado americano, sendo nomeado um Governador-Geral
pelos EUA, o General norte-anericano John Brooke. O governo estadunidense
começou a criar propostas econômicas que beneficiavam apenas aos EUA, como por
exemplo, todos os produtos que Cuba produzia eram exportados apenas para os
Estados Unidos, a preços baixíssimos, que os revendia por preços maiores.
PROTETORADO
ESTADO-UNIDENSE E EMENDA PLATT
Cuba permaneceu ocupada pelos Estados Unidos até 1902 sendo liberada depois da
aprovação de uma emenda à Constituição cubana que dava o direito, aos Estados
Unidos, de invadir Cuba a qualquer momento em que os interesses econômicos dos
Estados Unidos fossem ameaçados. A chamada Emenda Platt permaneceu mantendo
Cuba um protetorado estado-unidense até 1933. Depois de três anos, concederam
independência a ilha, no entanto até hoje matem uma base militar na cidade de
Guatánamo.
OS PRIMEIROS ANOS DA INDEPENDÊNCIA (1902-1959)
Este
foi um período marcado pela instabilidade interna do país e pelo
predomínio estadounidense plasmado na emenda Platt que outorgava aos
Estados Unidos o direito a intervir com suas forças armadas em Cuba em
caso de distúrbios. Nem os governos democráticos, nem a ditadura de
Gerardo Machado nos anos vinte nem o predomínio de Fulgêncio Batista
entre os anos 1933 e 1959 conseguiram dar estabilidade ao país.
GOLPE MILITAR
Em 1933, um golpe militar encabeçado pelo sargento estenógrafo Fulgêncio
Batista derrubou a ditadura de Geraldo Machado. Fulgêncio Batista era
mulato e pela primeira vez na história cubana os afro-descendentes chegavam ao
poder. Ao se tornar chefe do exército, Batista dominou a situação usando uma
orientação (segundo alguns) socialista, portanto oposta às ingerências
norte-americanas.
ELEIÇÃO DE 1940
Batista foi eleito em 1940 presidente ds República. Promulgou a
Constituição Liberal, e em 1952 conduziu novo golpe de Estado apoiado por
diversos partidos políticos dentre os quais o Partido Socialista Popular
(Partido Comunista Cubano).
Após o golpe de Batista, Cuba progrediu economicamente, porém sua economia
ainda era fraca e tinha forte desequilíbrio na distribuição de renda. A ilha,
mesmo sendo a maior economia do Caribe, em 1958 era apenas a oitava economia
entre os 20 maiores países latino-americanos relativamente ao PIB e um dos mais
pobres do caribe, considerando o PIB per capita. Além disto, havia também um
grande desequilíbrio entre a área rural e urbana.
A área urbana possuía forte infra-estrutura e o capital proveniente do
submundo ítalo-americano (dos Estados Unidos) financiava grande parte da
economia. Em 1958, havia um total de 500 prostitutas em Havana, sendo a
indústria da prostituição a mais rentável da ilha.
A prostituição, a corrupção e negociatas caracterizaram a era Batista, e,
pouco a pouco, a classe média afastou-se do regime.
REVOLUÇÃO CUBANA
Devido à estrutura politico-econômica seguida por Batista, começou a haver
descontentamento das classes média e baixa da população cubana. Na esteira dos
protestos, os jovens começaram a se mobilizar e a adquirir idéias
revolucionárias descendentes do bloco soviético.
MOVIMENTO ESTUDANTIL
Os estudantes, liderados por José Antonio Etcheverria, criaram um Diretório
Estudantil Revolucionário que patrocinou um grupo armado e atacou, em março de
1953, o palácio presidencial. Etcheverria foi morto e o diretório disperso.
FIDEL CASTRO
Outro grupo de estudantes iniciou nova movimentação, liderados por um estudante
de Direito chamado Fidel Alejandro Castro Ruz, (Fidel Castro).
Numa ação de guerrilha urbana, o grupo atacou uma guarnição militar chamada de
La Moncada. Na ação, alguns dos atacantes foram mortos e Fidel Castro
capturado. Julgado, foi condenado a 15 anos de prisão; libertado em seguida por
interferência de alguns religiosos, viajou para o México. Lá conheceu um médico
argentino comunista chamado Ernesto Guevara, conhecido como Chê.
EL CHE – CHE GUEVARA
O guerrilheiro argentino Che Guevara ajudou Fidel na formação de um movimento
revolucionário chamado Movimento 26 de Julho, composto de jovens estudantes que
iniciaram uma luta contra Batista que durou 25 meses.
Em 7 de Novembro de 1958, Ernesto Guevara Lynch de la Serna, Che Guevara ou el
che,começou sua marcha para Havana, capital de Cuba. No dia 1 de janeiro de
1959, Batista põe-se em fuga, acompanhado por todos os dignitários de sua
ditadura. Em 1959, Fidel Castro liderou a Revolução Cubana contra do Ditador
Fulgencio Batista . Fidel Castro não era comunista, aliás, os comunistas
apoiavam Batista e não confiavam em Fidel. Fidel Castro obiliza a juventude
cubana e consegue eliminar o analfabetismo - que era de 40 % - em apenas um
ano, utilizando-se de cem mil jovens nessa empreitada. Fidel Castro realizou a
reforma agrária, desapropriando propriedades dos americanos, indenizados pelo
valor que declararam no Imposto de Renda do exercício anterior, muito abaixo do
valor real, provocando descontentamento entre os proprietários mais ricos e o
que levou os EUA a considerarem o líder cubano um inimigo e tentarem
derrubá-lo, treinando ex-militares de Batista para invadir Cuba. Cortaram
também a compra do Açúcar Cubano. Isso obrigou Fidel a se aproximar da União
Soviética e dois anos mais tarde instaurar um regime ditatorial de orientação
marxista e partido único.
Entre 17 e 21 de Abril de 1961, cerca de 1500 exilados cubanos
recrutados, patrocinados e treinados pela CIA dos EUA tentaram uma invasão
frustrada na Baía dos Porcos. Foram rechaçados e 300 deles morreram, sendo 1200
aprisionados. Eram a maioria soldados do ex-ditador Batista e, julgados pela
multidão no estádio em que foram mantidos presos, quando Fidel perguntou o que
fazer com eles a multidão gritou: Paredão! Fidel Castro, entretanto, preferiu
tentar trocá-los por tratores, um trator para cada 50 traidores, e devolvê-los
à Miami. Não conseguiu os tratores, mas recebeu USS$ 50 milhões em alimentos e
medicamentos, pela libertação dos exilados.
CRISE DOS MISSÉIS DE CUBA
Devido a aproximação das relações do regime cubano com a URSS, que estava em
plena Guerra Fria com os EUA, assistiu-se a um aumento de tensão entre os
países provocado pelo apoio militar declarado pela URSS.Khurshchov decidiu
implementar secretamente um conjunto de mísseis soviéticos em Cuba. Perante a
possibilidade de Cuba possuir armas nucleares, de origem russa, que ameaçariam
os EUA, Kennedy presidente dos Estados Unidos, ponderou em invadir a ilha ou
bombardear as rampas de lançamento (dos mísseis).
Kennedy optou por decretar um embargo naval à ilha o que impede os cargueiros
russos de chegar a Cuba.
Khrushchev acabou por ceder e retirou a sua pretensão de possuir mísseis em
território cubano em troca do compromisso dos EUA de respeitarem a soberania de
Cuba e não invadirem a ilha e desmontar bases de mísseis na Turquia, fato que
só foi divulgado recentemente nos EUA.
EMBARCO ECONÔMICO
Inconformados com a expropiação de corporações americanas e de terras rurais de
posse de americanos na ilha cubana com indenização baseada no valor declarado
ao Fisco no exercício anterior, ou seja, muito inferior ao real, primeiramente,
depois com o fracasso da operação na Baía dos Porcos (1961), os Estados Unidos
impuseram um embargo econômico a Cuba, ameaçando cortar relações com qualquer
país que fizesse comércio com Cuba. Foi quando a União Soviética entrou em
cena, comprando os produtos que seriam exportados caso não houvesse embargo.
Isso causou desespero aos americanos, pois ter um país, durante a guerra fria,
sob a órbita de influência soviética a 120km de distância era intolerável. Os
EUA mantêm o embargo econômico à Cuba até hoje, alegando desrespeito contínuo
de direitos humanos pelo regime castrista.
ABERTURA DOS MERCADOS
Com o fim da União Soviética, Cuba acabou por reabrir economicamente o país
para o mundo, pois já não dispunha mais do subsídio e sua economia estava em
declínio. Porém, dada a força do bloqueio americano, o país vive isolado
economicamente, passando por muitas dificuldades.
Atualmente o governo cubano tenta promover algumas algumas aberturas
econômicas, embora insista em não abrir mão dos "ideais" socialistas.
Raul Castro, segundo alguns cientistas políticos, caminhará na mesma direção da
China: Politicamente comunista, mas economicamente aberta ao capital
estrangeiro. Será?
No próximo artigo, foi falar sobre a história da igreja em Cuba.
Referências
The Conference Board and
Groningen Growth and Development Centre, Total Economy Database, January 2007, http://www.ggdc.net. Dados históricos de PIB
<
http://www.ggdc.net/dseries/data/ted/ted07I.xls>
acessados em 12 de outubro de 2007.